“Imagem que trago é de alguém que vai resistir”, diz pai de santo sobre Lula

Em visita espiritual feita nesta segunda (2), Pai Caetano entregou ao ex-presidente a imagem de um orixá que simboliza a justiça. “Momento muito bonito”

Joka Madruga

Preso político há mais de 80 dias, o ex presidente Lula recebeu nesta segunda-feira (2) um presente que representa a Justiça nas religiões de matriz africana. A imagem do orixá Xangô foi entregue pelo pai de santo Antônio Caetano de Paula Junior, que fez a tradicional visita de apoio espiritual ao ex-presidente.

“Entreguei a imagem a ele e foi um momento muito bonito. Ele a abraçou e falou que para ele sempre foi importante dar voz a todos, porque quem cala uma voz acaba calando todas”, disse o religioso. Caetano falou sobre a importância de manter a fé e a esperança, especialmente em momentos de injustiça. “São quase 90 dias em que Lula vive numa espécie de solitária, depois de um julgamento que se qualquer um observar, percebe que há falhas. Mesmo assim ele não se permite que a raiva e o ódio contaminem o coração. É essa esperança que temos que carregar em nós”, disse.

Pai Caetano relatou que Lula segue acreditando na vitória do amor e da justiça sobre o ódio e o preconceito. “Fazer essa visita espiritual a ele é trazer com a gente essa esperança de um povo que não para de lutar, de um povo que acredita, de um povo que ama, de um povo que pode passar a dificuldade que for, que as vezes passa fome e perde a esperança por um dia,  mas que depois é capaz de se levantar e falar: eu não posso esmorecer”, afirmou.

Depois da visita a Lula e de uma entrevista aos jornalistas que cobrem a Vigília, Caetano foi até a praça Olga Benário, onde falou aos militantes que aguardavam notícias do ex-presidente mais querido a história. “A imagem que trago para vocês depois de estar com Lula é a de alguém que vai resistir, como resistem os brasileiros”, disse.

Pai Caetano falou também sobre o clima fraterno da Vigília. “A gente sente quando muitas pessoas estão unidas em um só ideal. Senti o amor, o carinho, a preocupação, as orações evangélicas e católicas, os mantras budistas, senti as pessoas que têm apenas a crença de que uma injustiça pode cessar”, contou. “Falei isso ao presidente, que disse: eles são heróis, porque de manhã ouço o bom dia deles. Isso aqui é uma espécie de solitária, mas eles não me deixam sozinho nem por só um minuto”, relatou.

Por Luís Lomba, da Agência PT de Notícias, direto de Curitiba

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