Imprensa desinforma para criminalizar Cardozo, diz Gleisi

Para ela, como ministro, Cardozo tem a obrigação de receber advogados, sob pena de cometer o crime de prevaricação

O nome do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi presença constante no noticiário político durante o Carnaval. Tantas citações e referências resumem-se em uma tentativa da grande imprensa de criminalizar Cardozo por receber advogados de empresa Odebrecht. O factoide provocou a reação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ao discursar da tribuna do Senado na tarde desta quarta-feira (18), ela acusou a imprensa de usar da desinformação para “tomar o ministro para cristo”.

Gleisi esclareceu que o encontro de Cardozo com advogados foi requerido formalmente, para tratar de possíveis irregularidades que a defesa da empresa julgava haver nas investigações da Operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal – órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

“O ministro em nenhum momento negou que tenha recebido advogado. E ele, como ministro da Justiça, tem a obrigação, de receber, sob pena de cometer o crime de prevaricação”, afirmou a petista.

Audiências entre ministros e advogados não são uma exceção. Na verdade, fazem parte do processo democrático. No caso do Ministério da Justiça, além dos representantes da Odebrecht, é comum haver reuniões com advogados de donos de terras que estão sendo demarcadas pela Funai ou advogados de empresas que estão fazendo junção no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A regularidade desse tipo de expediente foi confirmada até por uma nota da Ordem dos Advogados do Brasil. “A autoridade que recebe advogado, antes de cometer ato ilícito, em verdade cumpre com a sua obrigação de respeitar uma das prerrogativas do advogado”, diz o texto.

“É essencial para o exercício do amplo direito de defesa”, completa outro trecho.

Mentira – Gleisi desmontou ainda a capa da última edição da revista Veja, que acusa o ministro da Justiça de se reunir com o advogado Sérgio Renault, representante da UTC, outra empresa investigada na Lava Jato. O suposto encontro, na verdade, foi um aperto de mão dado por Cardozo quando Renault passou no ministério para encontrar o advogado Sigmaringa Seixas, ao final de uma audiência oficial deste com o ministro.

“A revista Veja costuma fazer muitas fofocas e mentiras. Fez muitas já, até porque ela tem lado na política. E como ela tem lado na política, ela defende esse lado e induz e fabrica matérias”, acusou a senadora do Paraná.

Apesar da conhecida fama da revista, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não se furtou em pegar carona na falsa manchete para sair do ostracismo midiático. E do meio da Sapucaí resolveu pedir a demissão do ministro.

“Barbosa nunca recebeu advogados quando estava na presidência do Supremo. Com uma conduta absolutamente autoritária no que diz respeito à sua função, acho no mínimo inusitado que critique o Ministro da Justiça ou venha pedir a sua demissão”, observou a parlamentar.

“Aliás, só na ditadura é que não se reconhecia o Estado de direito e o direito das pessoas de irem atrás de seus direitos, é que ministro não recebia advogado, é que ministro não recebia pessoas a fazerem reclamação”, completou.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT no Senado

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