Imprensa que apoiou golpe de 64 fomenta o antipetismo, alerta Sibá

Para o líder do PT, episódios recentes de intolerância contra o PT são influenciados pela mídia e oposição


Ancorada aos setores da oposição, a mesma imprensa que apoiou o golpe militar de 1964 fomenta, agora, a intolerância política contra o PT e seus militantes. A afirmação é do líder do partido na Câmara dos Deputados, o deputado Sibá Machado (AC). Segundo ele, estes setores não aceitam os avanços realizados no País pelos governos petistas.

As declarações ocorrem no dia seguinte às publicações feitas por três grandes jornais do País (Folha de S. Paulo, o Globo e o Estado de S. Paulo) sobre confronto entre militantes do PT e simpatizantes ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ocorrido antes do início do ato em defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Após o episódio, os três jornais estamparam manchetes e fotografias nas quais apenas os militantes petistas foram culpados pelo conflito.

“Os setores da imprensa tradicional no Brasil estão brincando com fogo. Foi a mesma imprensa que, durante toda a história do Brasil, levou ao suicídio de Getúlio Vargas, tentou derrubar o governo de Juscelino Kubitscheck, deu todo apoio ao golpe e a derrubada de João Goulart, ao golpe militar, e a todas as mazelas provocadas nesses períodos”, analisa o líder petista.

“Há uma orientação, uma orquestração de tentativa de criminalizar o PT, o nosso governo e, principalmente, destruir a Petrobras e o patrimônio nacional”, completa.

No último dia 19, a vítima da intolerância construída e fomentada contra os governos do PT foi o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele foi hostilizado por um grupo ainda não identificado enquanto acompanhava a esposa, Eliane Berger, que luta contra o câncer, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Na ocasião, Mantega foi xingado ofendido por presentes com gritos de “Vai para o SUS” e “Vai para Cuba”. Devido às ofensas, ele deixou o hospital. As agressões foram gravadas em vídeo.

Outro episódio que explicita o ódio contra o PT e seus apoiadores ocorreu em outubro de 2014, quando o blogueiro e militante histórico do partido, Ênio Barroso Filho, foi atacado por três eleitores de Aécio Neves (PSDB-MG), no centro de São Paulo. Na ocasião, Ênio se dirigia ao evento “Churrascão de Gente Desinformada”, realizado em São Paulo para rebater críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), contra eleitores do PT.

Ênio usava uma camisa vermelha com adesivos em apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Após uma série de provocações políticas, três agressores desceram de um carro próximo a ele e o ordenaram a retirar a camisa. Após a recusa, deram-lhe um tapa na cabeça e tentaram derrubá-lo da cadeira de rodas usada por ele devido a uma doença degenerativa. “Não é porque você é um aleijado comunista que não mereça uma surra para te endireitar”, disseram segundo relato do blogueiro.

Hegemonia – Para Ênio, a única culpada por atos de intolerância como o sofrido por ele é a mídia. O blogueiro defende a democratização das comunicações no Brasil e acredita que, por meio da lei, os grandes conglomerados de comunicação, que possuem seus próprios interesses e ideologias, teriam menos influência sobre a opinião pública.

“Eu acho que o que falta para a mídia é vergonha na cara. Historicamente, sempre foi a mesma coisa. Essas famílias sempre tiveram o seu lado na política. Falta vergonha na cara, falta aprender a ter espírito democrático e sobra canalhice”, afirma.

“Nós estamos nos valendo de uma lei de imprensa do governo Castelo Branco, de 1964. É essa a lei que existe. Precisamos de uma lei que democratize, que tire o poder de sete ou seis famílias que tem o controle total da mídia”, afirma.

Segundo o blogueiro, as mídias alternativas de comunicação têm um papel fundamental na difusão de informações dentro do atual contexto de intolerância política. No entanto, ele afirma que estes veículos ainda sofrem censuras e retaliações quando denunciam as mazelas dos grandes veículos da mídia e seus responsáveis.

 Para o deputado Sibá Machado, a ascensão de do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um operário que chegou ao cargo de Presidente da República, além da abertura de mais oportunidades para a população do País enfurecem a oposição e os setores da mídia que “não aceitam a democracia no País”.

“Eles não aceitam, em nenhum momento, as transformações que o PT tem feito e tentam criminalizar e jogar a população contra o PT. Hoje, a direita brasileira não tem em seus quadros um líder que venha no sentido de até vencer uma eleição pelos nos modos normais”, analisa o líder petista.

Por Victoria Almeida, da Agência PT de Notícias

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