João Paulo Rillo: Coração valente

Sou militante político-partidário desde meus 16 anos. Em 1993, filiei-me ao PT, onde aprendi a reconhecer que a casa grande e a senzala nunca deixaram de existir na estrutura social e de…

Sou militante político-partidário desde meus 16 anos. Em 1993, filiei-me ao PT, onde aprendi a reconhecer que a casa grande e a senzala nunca deixaram de existir na estrutura social e de poder do país.

Com um projeto claro e um líder nacional sensível e carismático, o PT deu voz ao sonho de um Brasil mais justo e generoso com o povo simples. Acabou com a fome, distribuiu renda e combateu a miséria. Democratizou o acesso dos jovens pobres e negros às universidades, gerou mais e melhores empregos, aumentou o salário mínimo e o poder de compra da classe trabalhadora, investiu em infraestrutura para o país se desenvolver, garantiu habitação digna aos condenados às pontes e aos eternos inquilinos, tornou-nos uma nação forte e respeitada internacionalmente, entre tantos outros sonhos já realizados nos governos Lula e Dilma.

Nessa disputa eleitoral, no entanto, as mudanças que melhoraram a vida das pessoas pouco importam. A campanha eleitoral ganha contorno xenofóbico, de perseguição e intimidação contra todos aqueles que querem Dilma novamente. O voto em Aécio não é a favor de um projeto de país, é contra um partido.

Aécio não apresenta uma única proposta concreta para melhorar a vida das pessoas. Pouco importa se vai diminuir  o poder de compra do trabalhador e aumentar o desemprego com a desculpa de controlar a inflação, assim como o fez seu guru intelectual, Fernando Henrique Cardoso.

Pouco importa se ele vai acabar com o Prouni, se vai sucatear e cobrar taxas nas universidades federais, como o PSDB já tentou fazer em São Paulo. Se vai reduzir investimentos nas áreas sociais, que tanto ajudaram a diminuir a mortalidade infantil e melhorar os índices de desenvolvimento humano, reconhecidos pela ONU e pelo Banco Mundial. Pouco importa se Washington voltará a dar ordens aos velhos capachos neoliberais que venderam o país no governo do PSDB.

O que importa é tirar o PT do poder e, se possível, prender todos depois da eleição. Mesmo que isso custe a insegurança democrática e jurídica. E dane-se que a gente comece a achar normais ações golpistas e irresponsáveis, como a recente delação premiada vazada tortamente pela justiça e divulgada pela maior emissora de TV do país. Agora, vale tudo para “exterminar essa raça”, como repetem há anos os velhos coronéis da política nacional.

Muitos povos já enfrentaram a xenofobia fascista e nazista e sabem o mal causado à humanidade. É triste ver gente trabalhadora, que teve suas vidas transformadas graças a um governo que gerou oportunidades, pensando e agindo com a cabeça dos que moram na casa grande. A escravidão intelectual é a pior de todas as escravidões.

Esse é o Brasil que Aécio representa. Ganhar ou perder uma eleição é da vida democrática. O mais importante de tudo é aprender a estar de acordo. Muitos estão dizendo sim, mas sem estar de acordo.

Na história recente brasileira, o PT foi o partido que mais combateu a corrupção. A ideia que se vende por aí, no entanto, é a de que o PT a inventou. Um esquecimento de cúmplices envolve a privataria do PSDB, que dilapidou o patrimônio nacional, a compra de votos para garantir a reeleição de FHC, a origem do “mensalão” em Minas Gerais, os aeroportos construídos nas fazendas dos familiares do Aécio, o rombo bilionário provado pelos bancos suíços do Cartel do Metrô de São Paulo, comandado pelo PSDB, entre tantos outros escândalos dos tucanos e cia.

O PT tem erros, sim, e alguns poucos filiados que nos envergonharam e nos envergonham. E Dilma os combateu duramente, e continuará combatendo. Diferentemente daqueles blindados pela casa grande e seus organismos de comunicação.

O PT fez um bem imenso ao país e sobre todas essas conquistas há uma cortina de fumaça obscura e moralista, já usada em outros períodos trágicos do Brasil. Foi assim contra Getúlio Vargas, foi assim contra João Goulart e está sendo assim contra Dilma. Mas, dessa vez, os milhares de corações valentes não permitirão nova atrocidade contra o país. Não permitiremos o retrocesso a um passado recente de desesperança e de miséria extrema.

Sou brasileiro, sou paulista e tenho orgulho de ser do PT pelo simples fato de ter consciência absoluta de que projeto de país estou defendendo. Não voto contra ninguém. Voto a favor do Brasil.

Voto Dilma.

 

João Paulo Rillo é deputado estadual em São Paulo

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