Jornalista é ameaçado por criticar ataque a caravana de Lula

Manifestações de ódio político não param de acontecer contra aquele que é o maior líder popular do país e agora foi transformado em preso político

Arte/PT na Câmara

As imagens de violência e expressões de ódio geradas pela extrema direita no Sul

O jornalista e radialista Marcos Rogério Weber, apresentador do noticiário na rádio comunitária Palmeira FM, de Palma Sola (SC), foi ameaçado por fazendeiros e comerciais locais, nesta quinta-feira (12), por ter feito críticas aos ataques contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos estados da região Sul, entre 19 e 28 de março.

Ao entrar na cidade de São Miguel do Oeste, cidade vizinha a Palma Sola, os ônibus da caravana de Lula foram alvo de pedras, paus, ovos e outros objetos lançados por pessoas à beira da rodovia. O ataque foi organizado previamente por empresários da região, os mesmos que na manhã desta quinta-feira invadiram a sede da rádio Palmeira para ameaçar Weber, que registrou o episódio em vídeo e fez denúncia junto à Polícia Militar e à Polícia Civil de Palma Sola.

Em seu programa do dia 26 de março, Weber criticou as hostilidades à comitiva do ex-presidente, mas também deixou claro que é contrário a ataques a quem quer que seja. “Não importa qual lado político é. Se amanhã vier o Michel Temer aqui em São Miguel, eu também não concordo que alguém vá lá atirar ovo. Se amanhã vier o Aécio, que é considerado lá o caboclo com um monte de rolo, eu não concordo… eu, Marcos, não pegaria ovo para jogar nele”, registrou o jornalista, que atribuiu a violência contra os petistas a “alguns filhinhos de papai nascidos em berço de ouro”.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), acionou a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, presidida pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), para que as providências cabíveis sejam tomadas, no sentido de proteger a integridade física de Weber e garantir a sua liberdade de expressão enquanto profissional de comunicação.

“Não podemos admitir que, além da violência que cometeram contra a caravana, esses milicianos criminosos atentem contra a vida de um jornalista e contra a liberdade de expressão. Essa turma fascista precisa entender que não pode usar a violência para resolver qualquer diferença de opinião política. Vamos acioná-los juridicamente e eles terão que responder por toda a violência e todos os crimes que praticaram e continuam praticando”, afirma Pimenta.

O líder petista registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Miguel do Oeste logo após o ataque à caravana, que causou avarias em várias janelas dos ônibus da comitiva. Graças aos vídeos publicados na Internet, foram identificados Luiz Henrique Crestani, Leonardo Link e Rafael Link entre os promotores do ataque aos ônibus e seus nomes foram registrados na ocorrência policial. Os três também estiverem presentes na invasão da rádio Palmeira FM e aparecem no vídeo gravado por Marcos Rogério Weber.

Boicote

O grupo de ruralistas responsável pelo ataque à caravana e pelas ameaças ao jornalista também está promovendo um boicote na região contra a rádio comunitária. Em mensagem distribuída pelas redes sociais e assinada por “Luiz Henrique”, o grupo pede que todos os comerciais locais “retirem tudo o que tiverem de anúncios, patrocínios ou qualquer outra ajuda a esta rádio”. No meio acadêmico é consenso que boicotes econômicos a meios de comunicação são considerados uma forma indireta de censura.

Assista ao vídeo com as ameaças ao jornalista:

Do PT na Câmara

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