Jornalistas brasileiros repudiam atentado a revista francesa

Ataque terrorista à redação da “Charlie Hebdo” matou 12 pessoas e feriu outras dez

Entidades ligadas à imprensa brasileira repudiaram o atentado terrorista à revista francesa “Charlie Hebdo”, na quarta-feira (7), no qual 12 pessoas foram mortas, em Paris. Segundo informações da polícia local, aparentemente, três terroristas invadiram a sede da editora responsável por publicar charges com sátiras à fé islâmica e atiram contra quem estava no local.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) classificou a ação como um “ato terrorista injustificável”. Em nota divulgada ontem, Francisco Mesquita Neto, vice-presidente da ANJ, afirmou que atos de violência com o esse tem o intuito de intimidar a imprensa que “não se submete a uma visão de mundo totalitária”.

A ANJ disse ainda querer alertar a sociedade brasileira para a importância da liberdade de expressão como instituição essencial à democracia.

Também por meio de nota, a Associação Nacional de Editores de Revistas afirmou que o atentado é algo “inaceitável” e atinge “a liberdade de expressão e de imprensa, pilares fundamentais para sociedades democráticas”.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também se pronunciou sobre a tragédia e também classificou ação como “ataque às liberdades de expressão e de imprensa”. A entidade disse ainda que os órgãos da imprensa no mundo todo sofrem riscos devido à intolerância política, religiosa ou de qualquer natureza.

Para Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) os meios de comunicação não devem se calar diante das ameaças de violência contra a liberdade de imprensa. “A carnificina tenta impor o terror aos meios de comunicação e calar o direito à expressão em um dos países que o simboliza”, disse por meio de nota.

A Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) lamentou as mortes e lembrou a importância do editor e chargista Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb; dos desenhistas Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous; e do lendário cartunista Georges Wolinski, para o meio artístico e editorial. “Esses mesmos desenhistas, mortos, foram críticos em suas vidas em relação aos governos que oprimem povos de países do terceiro mundo”, afirmou a entidade.

Foram mortos ainda dois policiais e dez funcionários da revista, Outras dez pessoas ficaram feridas, segundo a agência de notícias “France Presse”.

A ACB classificou a ação como “mais uma barbárie na história humana” e disse repudiar qualquer ato de violência à liberdade de expressão. “Casos de abusos sempre devem ser resolvidos nas formas jurídicas e de manifestações pacíficas para que o mundo saiba que somos seres que se tratam como humanos e não como irracionais”, disse em nota.

Em novembro de 2011, a redação da revista foi alvo de um incêndio criminoso causado por terroristas também devido à veiculação de caricaturas do profeta Maomé.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias.

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