Justiça de SP bloqueia R$ 2,7 milhões de auditora da máfia do ISS

Esquema de corrupção que desviou mais de R$ 500 millhões da Prefeitura de SP só foi desmontado depois que Fernando Haddad (PT) criou a Controladoria Geral do Município (CGM)

A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de quase R$ 2,7 milhões em bens da ex-auditora fiscal Paula Sayuri Nagamati, exonerada há menos de dois anos da prefeitura de São Paulo. Ela é acusada de envolvimento na máfia do ISS.

Paula era chefe de gabinete do ex-secretário Municipal de Finanças, Mauro Ricardo, durante a gestão de José Serra (PSDB). Segundo a 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, há indícios de enriquecimento ilícito por participação no esquema que desviou R$ 500 milhões da Prefeitura de São Paulo.

Nagamati não é a primeira pessoa a ter os bens confiscados por causa da máfia do ISS. Na semana passada, a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens do ex-fiscal Luís Alexandre de Magalhães e sua ex-mulher.

Ele terá que devolver R$ 46 milhões aos cofres públicos, por determinação judicial, em acolhimento ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE).

Do total, R$ 11,5 milhões são referentes a bens adquiridos e em nome do casal. O restante refere-se à multa.

As investigações localizaram 18 imóveis no nome de Magalhães e outros 24 em posse da ex-mulher dele. Foram encontradas ainda empresas de fachada, utilizadas para lavar dinheiro.

De acordo com o MPE, o ex-fiscal extorquia recursos de outros fiscais do governo municipal para não denunciá-los aos investigadores.

Máfia – A quadrilha foi descoberta em 2013, dez meses depois da criação, pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), da Controladoria Geral do Município (CGM), dirigida por Mário Vinícius Claussen Spinelli.

Em um ano de criação, a CGM colaborou para desarticular as máfias do ISS e dos alvarás, em que fiscais cobravam propina para emitir licenças.

Dados da Secretaria Municipal de Finanças apontam que, em 2014, a arrecadação com o ISS foi de R$ 63 milhões, 74% a mais do arrecadado em 2012, último ano de atuação da máfia.

A Secretaria notificou 689 empreendimentos por suspeita de recolherem valores inferiores de imposto devido a pagamento de propina aos auditores. O valor total dos autos de infração é de R$ 33 milhões.

Em 2013, Luís Alexandre foi preso com mais três fiscais e comprometeu-se a ajudar nas investigações.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do G1

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