Lindbergh enviará representação à OEA sobre violência da PM paulista

Senador petista irá denunciar a repressão policial aos atos Fora Temer, violentamente reprimidos pela Polícia Militar do governador Geraldo Alckmin

Lindbergh fala a jornalistas em coletiva (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)

Após a manifestação histórica realizada neste domingo (04) na cidade de São Paulo, com mais de 100 mil pessoas pedindo a saída do usurpador Michel Temer, a Polícia Militar (PM) do governador Geraldo Alckmin agiu de maneira repressiva e violenta, terminando a manifestação com bombas e gás lacrimogêneo, sem nenhuma justificativa, segundo denunciou até a imprensa internacional.

Em resposta, o senador do PT Lindbergh Farias afirmou que irá entrar com uma representação na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a ação da PM paulista. “Estamos vendo uma escalada de autoritarismo”, afirmou o senador.

Paulo Teixeira, deputado federal do PT, afirmou que irá cobrar do Ministério Público de São Paulo que exerça ação fiscalizadora sobre a atuação da PM. “Queremos a proteção ao direto de manifestação e não à repressão orquestrada”.

As afirmações foram feitas em coletiva de imprensa na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O presidente do sindicato esteve presente e afirmou que a entidade vê com preocupação a situação política do país. “Jornalistas são alvos porque a polícia não quer que se registre sua violência desmedida”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Zocchi.

Na manifestação, um repórter da BBC filmou o momento no qual soldados da PM o agrediram, mesmo após se identificar.

Protesto em SP: Repórter da BBC Brasil é agredido por policiais

O repórter da BBC Brasil Felipe Souza foi agredido com golpes de cassetete por policiais, mesmo depois de se identificar como jornalista, enquanto cobria o protesto contra o governo Temer neste domingo em SP. Felipe registrou a agressão em #VÍDEO e relata como tudo aconteceu. À BBC Brasil, a Secretaria de Segurança Pública de SP disse que "os fatos narrados pelo repórter serão investigados e solicita que o jornalista registre um boletim de ocorrência".

Publicado por BBC Brasil em Domingo, 4 de setembro de 2016

Para Lindbergh, o objetivo da polícia foi “assustar a população e diminuir a força dos movimentos”. “Fiz parte de movimentos toda a minha vida e nunca vi isso”, disse o senador, acrescentando que “por medo da repressão ficamos o tempo todo na frente da passeata. Não vimos um ato que justificasse a ação da polícia”.

O senador ainda disse que a coletiva foi organizada no Sindicato dos Jornalistas porque a categoria está sendo vítima. “Que país é esse no qual o jornalista tem que sair com capacete, óculos e máscara, isso não é normal. Isso se compara à ditadura militar”.

Lindbergh citou o momento no qual a manifestação se dispersava no ponto final, no Largo da Batata, acompanhado do deputado Teixeira e do ex-ministro Roberto Amaral, quando foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo.

No trecho do vídeo produzido pelos Jornalistas Livres, o momento exato em que eu, Roberto Amaral e Paulo Teixeira, que estávamos na linha de frente do ato, convidados pela organização para inibir a violência da PM do Alckmin, somos atingidos pelas bombas de gás. Foi um show de horrores, cujo único objetivo é inibir as pessoas de se manifestarem contra o governo golpista por meio do terror. Nós três estaremos hoje, junto com Guilherme Boulos, no Sindicato dos Jornalistas de SP, ao meio dia, para uma coletiva onde iremos denunciar o vandalismo da PM tucana.

Publicado por Lindbergh Farias em Segunda, 5 de setembro de 2016

Na coletiva, Paulo Teixeira classificou o ato como ”maravilhoso, pacífico e forte, sem incidentes” até a chegada no Largo da Batata, quando a PM iniciou a repressão.

O deputado também disse que interferiu a favor de um grupo de cerca de 20 jovens que foram presos antes da manifestação e levados até o Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), passando quase 8 horas sem acesso à advogados e familiares, sendo enquadrados por formação de quadrilha. “Enquadramento pesado contra quem não cometeu qualquer crime”.

Além de Lindbergh e Teixeira, estiveram presentes o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy, o secretário municipal de saúde Alexandre Padilha e o vereador candidato à reeleição Nabil Bonduki, além de representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e da Central de Movimentos Populares.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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