Lindbergh defende que Rio precisa de intervenção social

Senador lembrou que general Villas Bôas já criticou o uso das forças armadas em operações urbanas no estado

Reprodução

Senador Lindbergh Farias

Em função do decreto de intervenção militar no Rio de Janeiro assinado nesta sexta (16) pelo golpista Michel Temer, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), divulgou vídeo onde cita declarações do general Eduardo Villas Bôas, afirmando que o uso das forças armadas é inócuo.

“Temos que repensar esse modelo de emprego das forças armadas. Ele é desgastante, perigoso e inócuo”, citou Lindbergh, lendo declaração de Villas Bôas se referindo a ocupação de 14 meses atrás na comunidade da Maré, capital fluminense.

Em outra entrevista de 15 de janeiro o mesmo general falou que “há preocupação de uso político das forças armadas com a proximidade das eleições, porque governos, não querendo sofrer desgastes políticos com a população, em determinadas situações solicitam intervenção federal”, lembrou o senador.

Para Lindbergh, “isso deixa na cara que o Temer, com sua impopularidade, com 6% de aprovação, está tentando girar a pauta, sair da pauta da reforma da Previdência e começar a falar de intervenção federal, intervenção militar. Os próprio militares não gostam desse uso”.

“A gente tem que apontar outro caminho, tem que haver intervenção social, políticas públicas, geração de emprego, políticas para juventude nas comunidades do Rio de Janeiro”, afirmou.

“Lembro que quando Lula era presidente o traficante Nem da Rocinha deu entrevista falando que perdeu gente do seu exército para as obras do PAC. Tem que ter emprego, perspectiva de futuro, mas tem que ter inteligência. O que menos tem é inteligência nessas ações”, acrescentou o parlamentar.

Assista ao vídeo na íntegra:

O EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS É DESGASTANTE, PERIGOSO E INÓCUO

"TEMOS QUE REPENSAR ESSE MODELO DE EMPREGO DAS FORÇAS ARMADAS. ELE É DESGASTANTE, PERIGOSO E INÓCUO" – GENERAL VILLAS BÔAS, COMANDANTE DO EXÉRCITO BRASILEIRO SE REFERINDO A OCUPAÇÃO DE 14 MESES ATRÁS NA COMUNIDADE DA MARÉEssa é minha primeira, e breve, avaliação sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro. Amanhã voltarei ao tema numa análise mais aprofundada. Por hora, quero relembrar o que disse o o Comandante do Exército General Villas Bôas sobre a ocupação militar feita ano passado na comunidade da Maré:"O último grande emprego nosso foi na favela da Maré, comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. É uma comunidade de 130 mil habitantes. Nós ficamos lá por 14 meses. O General Fernando, inclusive, foi o comandante de um período. E eu, periodicamente, ia até lá e acompanhava o nosso pessoal, as nossas patrulhas na rua. Os nossos soldados atentos, preocupados – são vielas –, armados. E passando crianças, senhoras, eu pensei: "Estamos aqui apontando arma para a população brasileira. Nós somos uma sociedade doente".

Publicado por Lindbergh Farias em Sexta, 16 de fevereiro de 2018

Da redação da Agência PT de notícias

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