Luiz Augusto Rodrigues: O poder econômico e os instintos primitivos

Defesa de Lula não é um culto à personalidade e sim a defesa de um projeto que tem origem na transformação social sonhada por todos

Tribuna de Debates do PT

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No sistema feudal o poder econômico era mantido através da força policial. Os feudos, entretanto, realizavam disputas por territórios, fato que fez com que a Igreja Católica realizasse intervenções políticas para manter a ordem feudal. O Vaticano detinha muito poder político e grande parte das terras no velho mundo. Para manter a ordem estabelecida, detinha o controle do conhecimento, impedindo o acesso ao livro à maioria das pessoas. O saber era monopólio da Igreja.

O Capitalismo estabelece uma nova ordem, com elementos oriundos do sistema feudal. O poder econômico mantém uma ordem social quase inalterada há quinhentos anos, utilizando as estruturas do estado, a força da baioneta e o poder econômico/político para sustentar os privilégios das castas sociais e um estado escravocrata disfarçado. Dois métodos são marcas do poder do capital: o uso da força estatal e o poder econômico como forma de dominação. Antes do advento do rádio e da televisão, o acesso ao conhecimento era restrito. O surgimento da escola pública, do acesso ao livro e das organizações de base do proletariado, permitiram que a base da pirâmide social lutasse por direitos inéditos. Mas o capital continuou a utilizar a força para deter o avanço das conquistas sociais.

No século vinte, o rádio e a tv permitiram ao capital o contraponto ao saber dos trabalhadores: um processo organizado de alienação e doutrinação de massa é patrocinado em todo o mundo pelos meios de comunicação. Quando estes meios não sustentam a ordem, surgem outros métodos de dominação, desde a força policial até o gangsterismo, inclusive nas hostes palacianas, desnudando instintos primitivos, os mesmos que presidentes ordenaram as bombas de Hirochima e Nagazaki e as bomas de napalm no Vietnã. Nas últimas décadas uma mudança substancial estimula o banditismo oficial: a hierarquia econômica passa a ter o predomínio do capital rentista. Acentuam-se a corrupção e o banditismo oficial como meio de dominação de classe.

Alguns sociólogos dizem que a maioria dos meios de produção é de capital privado. Todavia, o que está nas mãos do estado tem o controle do poder econômico e político do capital. O hoje chamado socialismo de mercado é uma exceção no mundo.

O PT não tem um perfil socialista ou comunista, mas socialdemocrata. Mas, diferente dos partidos sociais-democratas, nasceu com uma marca classista bem definida, o que lhe permitiu se transformar na principal representação política da base da pirâmide social. Depois de treze anos de conquistas, o poder econômico mostrou que não tem pudor, utilizando métodos variados de força, gangsterismo e midiotização em massa para reconstruir a ordem e destruir o PT e seus líderes. O Estado, com suas superestruturas, descaradamente, patrocina a destruição das conquistas sociais e protege os gangsters vassalos do capital.

O PT não pode patrocinar a conciliação com o outro lado. Se não entender a guerra que trava contra o topo da pirâmide social, afastando o conceito de luta de classes, perderá um patrimônio político imenso, necessário não só para o Brasil, mas para os oprimidos de todo o mundo. A defesa de Lula não é um culto à personalidade e sim a defesa de um projeto que tem origem na transformação social sonhada por todos os que deram a vida pela liberdade.

Por Luiz Augusto Rodrigues, Secretário Finanças DM Rio Pardo-RS, para a Tribuna de Debates do PT. Saiba como participar.

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