Lula: Povo nordestino era tratado como a escória da humanidade

Em ato em Marcolândia, primeira parada da caravana Lula pelo Brasil no Piauí, Lula falou sobre a importância do parque eólico para a cidade

Ricardo Stuckert

Lula visita o parque de geração eólica de Marcolândia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou, com a caravana Lula pelo Brasil, pela cidade de Marcolândia, no Piauí, nesta sexta-feira (1). A cidade, que fica na divisa entre Pernambuco e Piauí, abriga um grande parque eólico, que produz energia limpa e renovável.

“Quando é que um camponês aqui dessa cidade imaginava que esse vento que Deus criou ia dar uma renda mensal para ele? Se soubéssemos disso antes a gente ficava soprando o dia inteiro e fazia uma roda dessa para a gente”, brincou.

Lula falou sobre os desmontes promovidos pelo governo golpista de Michel Temer, que reduziu o valor do salário mínimo, tem aplicado um congelamento dos gastos públicos e jogado a conta para o trabalhador brasileiro.

“Eu estou preocupado é com o que pode acontecer com o povo brasileiro, com esse desgoverno que está aí. A gente não pode permitir que haja um retrocesso nas condições de estudo das crianças, de comida, de saúde e no salário mínimo. Já anunciaram que vão tirar 10 reais do mínimo”, cobrou o ex-presidente.

Em uma referência direta aos desmontes, Lula lembrou que Temer gastou duas vezes mais que o valor investido na Transposição do Rio São Francisco (R$ 9 bilhões) para se manter na Presidência da República. E cobrou que outros políticos saiam às ruas para conversar com o povo. “Eu não estou querendo voltar, eles estão querendo que eu volte porque não sabem governar. Eu não sei governar, eu sei cuidar do povo pobre país”.

Lula combateu a indústria da seca

Sobre a vida do sertanejo, que é obrigado a conviver com a seca, mais uma vez, o ex-presidente criticou a falta de iniciativas dos governos anteriores, que não olhavam pelo povo nordestino e não investiram em políticas públicas para convivência com o semiárido.

“Eles diziam que a seca não tinha jeito, que era um problema. Eu, com a minha ignorância, descobri que a seca era um fenômeno da natureza, mas a fome por conta da seca era safadeza de quem governou esse país e nunca ligou para o povo pobre”.

“Antes de nós, o povo nordestino era tratado como se fosse a escória da humanidade. Nós provamos para eles construindo mais de um milhão de cisternas que há políticas para combater a seca. Na verdade, a seca era mantida porque tinha indústria dos caminhões pipas que ganhava dinheiro vendendo água para quem não tinha o que pagar”.

Lula voltou falar sobre o objetivo da caravana, que começou no dia 17 de agosto e terminará no dia 5 de setembro, após percorrer os 9 estados do Nordeste e mais de 20 cidades, além dos inúmeros municípios por onde o ex-presidente é abordado pelo povo. “O objetivo voltar a conversar com o povo, a ouvir o povo, o que aconteceu nesse país depois de 12 anos de governo do PT e o que está acontecendo nesse país depois de um ano e meio do golpe”.

Em uma avaliação após 15 dias de viagem, Lula disse ter chegado a uma conclusão: o povo nordestino não se deixa levar pela perseguição política e midiática que tem ocorrido no País.

“A coisa mais extraordinária que eu descobri é que se tem alguém em Brasilia, Rio de Janeiro, São Paulo, jornalista ou dono de televisão que acha que as mentiras que estão contando bateram na cabeça do povo nordestino, eu queria dizer: sabe o que o povo nordestino lembra?”, questionou.

“Lembra de quando o Brasil tinha emprego, do Bolsa Família, do aumento no salário, do Luz Para Todos, da quantidade de universidades, de institutos federais que trouxemos para o Nordeste, do piso dos professores, das coisas boas que conseguimos fazer. Numa demonstração de que quando as coisas chegam na vida do povo não adianta falar mal porque o povo não é trouxa”.

Em conversa com todo o povo da cidade, semeando a esperança por onde passa, Lula defendeu que todos os brasileiros sejam tratados em igualdade de condições. “É como se fosse uma olimpíada da vida, mas que vença o melhor. É preciso que a gente vá a lute para sobreviver, se dedicar e trabalhar”.

Os avanços no Piauí com Wellington Dias

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), esteve no ato em Marcolândia. “O Piauí não vai negar fogo, vai estar com você. Aqui eu digo para todo Brasil. Alguém precisa saber que esse homem tem amigos. Mexeu com Lula, mexeu comigo. Aqui no Piauí, mexeu com Lula, mexeu comigo. No Brasil, mexeu com Lula, mexeu comigo”. disse.

O ex-presidente elogiou o trabalho de Wellington Dias e a garra do governador para poder melhorar a vida do povo do Piauí, lembrando que a primeira a cidade a receber o Fome Zero foi Guaribas, no interior do estado. “Eu fico muito agradecido com as palavras sempre muitos gentis sobre mim. Eu queria dizer uma coisa: não seria possível a gente fazer o que foi feito no Piauí se a gente não tivesse esse índio como governador”.

“O Piauí era considerado o mais pobre do País, mas os governadores antes do Wellington não tinham compromisso com o pobre desse estado”.

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