Lula: “Quem atira ovo deveria entregá-lo para quem sente fome”

Na chegada de Lula pelo Brasil a Francisco Beltrão (PR), ex-presidente é recebido por grande multidão e rebate mais uma vez a violência dos fascistas

Ricardo Stuckert

Lula é recebido por multidão na cidade paranaense de Francisco Beltrão

A chegada da caravana Lula pelo Brasil no estado do Paraná na manhã desta segunda-feira (26) mobilizou, mais uma vez, grande multidão na cidade de Francisco Beltrão, onde o ex-presidente subiu ao palco sob intensas demonstrações de apoio dos presentes, sobretudo por aqueles que tiveram ou ainda têm a vida alterada por alguns dos muitos programas do governo petista que beneficiaram o Sudoeste do estado.    

Mais uma vez, no entanto, os fascistas tentaram, sem sucesso, impedir o ex-presidente de fazer uso de um dos preceitos mais valiosos da democracia: o direito de ir e vir. Ao jogar ovos e usar fogos de artifício, o violento grupelho financiado por ruralistas da extrema direita desdenha da vontade do povo de se encontrar com o ex-presidente e prova que não eles estão aptos a viver em sociedade.

“Eu não consigo entender o ódio estabelecido neste país. Até 2013 as pessoas aprendiam a viver democraticamente. Eu fiz campanha contra o Ulisses Guimarães, Collor, Covas e vocês não me viram atirar ovo em ninguém. O cara que taca o ovo deveria estar distribuindo ovo para quem não tem o que comer”, declarou Lula, que tinha ao seu lado no palco diversos representantes da agricultura familiar local. 

Sobre o uso de fogos de artifício, Lula aproveitou para mandar um recado. Eu queria dizer pra eles guardarem o rojão para quando eu tomar posse no dia primeiro de janeiro de 2019.”

“A campanha nem começou. Eu estou aqui para ouvir a população. Sabe quem trouxe universidade para cá? Foi o cara que eles odeiam.  Só eles querem ter direito a escola, a ter carro, a entrar na universidade. É importante lembrar que a comida que eles comem é produzida pela agricultura familiar que eles tanto odeiam”.

Ciente de que os ataques estão sendo arquitetados por grupos contrários às políticas de distribuição de renda no Brasil, o ex-presidente desafiou seus adversários a encontrar algum outro período da história em que todas as classes sociais foram beneficiada.

“Eu não acredito que seja possível governar este país sem levar em conta a existência do povo pobre.  Eu sou o único presidente que não tem diploma universitário e o que mais criou universidade.”

“A gente sabe o que era o Brasil durante o meu governo. Se vocês pegaram história desses que estão protestando vai descobrir que eles nunca ganharam tanto dinheiro quanto no meu governo. Eles sabem disso.”

Lula ainda deixou claro que a proposta da caravana não é fazer campanha, uma vez que o período eleitoral nem começou. Eu não estou fazendo a caravana para discutir eleição. Eu estou aqui porque eu tenho desafiado a polícia federal, o MPF, o juiz Moro, para dizer qual crime eu cometi”.

“Eu cometi um grande crime de fazer a empregada virar cidadã. Eu cometi um crime de criar 22 milhões de empregos com carteiras assinada. Nós cometemos um crime bárbaro que foi levar luz elétrica a quem vivia a base de candeeiro”. 

“Eu cometi um crime sim e eles não me perdoam: eu fiz o Brasil ser respeitado no mundo. O ódio que eles tem de mim é porque não admitem que o Brasil deu certo comigo. Eu não falo inglês, francês ou espanhol. E eu dizia a eles que para o Brasil dar certo eu precisava a falar a linguagem do povo brasileiro.”

“A coisa que eu tinha mais orgulho era uma dona de casa dizer ‘eu não vou mais no mercado ou no açougue comprar pé de frango. Eu quero fazer é churrasco com picanha’.”

O ex-presidente Lula e a presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann

A presidente do PT Nacional, senadora Gleisi Hoffmann, também criticou o atos de violência, mas fez questão de dizer que a caravana segue até o final, com grande ato marcado no centro de Curitiba na quarta-feira (28).  “Como paranaense me orgulho muito de estar aqui com vocês. Gente violenta tem tentado nos impedir de chegar em Francisco Beltrão, mas eles precisam saber: não conseguiram e estamos aqui.” 

“Nós não temos medo dessa gente que está ai porque nós fizemos pela Brasil. Aliás, muitos tratores que eles usam foram comprados com dinheiro do Mais Alimento. Eles podem protestar. Vivemos num país democrático. Mas eles tem que assumir. Eles não podem impedir as pessoas de ir e vir. Nós conquistamos o direito na constituição e vamos onde a gente quiser”.

 

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Sul do país, em março, é a quarta etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes. No segundo semestre de 2017, Lula percorreu todos os estados do nordeste, o norte de Minas Gerais, o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.

O projeto Lula Pelo Brasil é uma iniciativa do PT com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira, no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT e o deliberado desmonte dos programas e políticas públicas de desenvolvimento e inclusão social, que vem sendo operado pelo governo golpista.

 Da Redação da Agência PT de Notícias, enviada especial ao Sul 

 

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