Máfia da Merenda: Capez rejeita negociação com secundaristas

Em ocupação, estudantes pediram comissão para dialogar sobre as investigações da Máfia da Merenda, audiência pública sobre a falta de merenda e instalação de CPI

Foto: Facebook/Ocupação Alesp

Estudantes revelaram que já apresentaram três propostas ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o deputado Fernando Capez (PSDB), mas ele rechaçou todas. 

Em entrevista à Agência PT de Notícias, uma das lideranças do movimento secundaristas, explicou que a tentativa de negociação aconteceu na manhã desta quinta-feira (5). “Estamos esperando há três meses para abrir a CPI, não vai ser agora que ele vai se mobilizar para conseguir as assinaturas que faltam”, disse. 

As propostas foram: criar uma comissão para dialogar sobre as investigações da Máfia da Merenda com o Executivo estadual; realizar uma audiência pública para discutir com a sociedade a falta de merenda nas escolas paulistas e instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o que ocorreu. 

Liminar entregue 
Às 16h40 desta quinta-feira, uma oficial de Justiça foi até a ocupação de estudantes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e informou com microfone: “estou com uma liminar deferida hoje e vocês têm o prazo de 24 horas para desocupação voluntária do reciento”. 

Enquanto ela fazia o anúncio, os secundaristas começaram a cantar “nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil!”. “Se vocês não saírem, vocês receberão uma multa de 30 mil reais, está bem? É isto que eu tenho para falar”. Nenhum estudante firmou a intimação. 

O anúncio foi feito no plenário, na presença da imprensa, de vereadores e de pelo menos 20 policiais militares. Esta foi a primeira vez que jornalistas tiveram acesso ao plenário desde a noite de terça-feira (5). Ainda assim, a imprensa ficou em uma área restrita, sem poder falar com os manifestantes. 

A estudante F., uma das que está na ocupação, contou que a situação na noite de quarta (4) para quinta-feira foi tensa por estarem isolados e terem poucas informações sobre o que acontece na Casa. “Ficamos com medo de eles entrarem porque não sabíamos se tinha polícia no prédio”. 

Os estudantes devem realizar assembleia para discutir os próximos passos. Até o momento, a decisão é permanecer no Legislativo paulista até conseguirem as 7 assinaturas que faltam para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Merendas. 

O Tribunal de Justiça estipulou multa de 30 mil reais para cada estudante, caso não deixem o plenário em 24 horas. Em seguida, será acionado um grupo de conciliação. 

O advogado dos estudantes, Victor Grampa, criticou o modo como aconteceu a intimação, por microfone e sem diálogo com estudantes. A defesa prepara um pedido de reconsideração da decisão judicial. Grampa lamenta que a oficial não tenha sequer apresentado seu nome. Do lado de fora da Alesp, apoiadores da ocupação estão desde a tarde de quarta-feira acampados. Penduraram faixas pedindo CPI da merenda e dizem palavras de ordem contra os deputados resistentes à investigação.


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Por Daniella Cambaúva, da Agência PT de Notícias

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