Mais Médicos é um grande sucesso, comemora médico brasileiro

Para o Dr. Daniel Sabino, o programa criado por Dilma tem levado saúde para quem mais precisa e ajudado a melhorar a atenção primária à saúde no País

Foto: Lula Marques/Agência PT

No consultório 12 do Centro de Saúde nº 2 de Samambaia, região administrativa do Distrito Federal, o Dr. Daniel Sabino atende à população com foco na atenção primária.

Formado em medicina em Cuba, Sabino entrou para o programa Mais Médicos, criado pela presidenta Dilma Rousseff, ainda no primeiro ciclo de inscrições, em setembro de 2013.

“O programa Mais Médicos é um grande sucesso. Ele tem ajudado demais a melhorar a atenção primária à saúde, porque ele veio para quebrar alguns paradigmas dentro do nosso País. A gente sai de um enfoque muito no hospital para um enfoque mais da atenção primária forte para tentar resolver os problemas de saúde ali no nível local, sem a pessoa precisar se deslocar para outros lugares, para hospitais, para resolver um problema que a gente pode resolver muito bem próximo da comunidade”, enfatizou.

Segundo Sabino, o impacto do programa “tem sido excelente” e a população reconhece isso. “A população, pelo menos aqui na nossa área, gosta muito do atendimento, gosta muito dos médicos, então acho que tem sido muito bom”.

A dona de casa Ivânia Aparecida, 37 anos, concorda com o médico. Mãe da pequena Maria Luíza, de apenas dois anos, a moradora de Samambaia é atendida pelo Dr. Sabino desde o nascimento da sua filha e elogia o atendimento do profissional, assim como o programa Mais Médicos.

“Melhorou muito depois que chegaram esses médicos pelo programa, porque antes a gente ficou um tempo sem médico”, lembrou.

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Ivânia afirmou, ainda, que a chegada dos profissionais do Mais Médicos facilitou a marcação de consultas. “Antes a gente tinha que chegar às 7h para pegar ficha e a última pessoa ficava esperando até 12h. Agora não é mais assim. A gente tem hora marcada e é muito bom assim. Bem melhor”, comemorou.

O médico brasileiro contou que resolveu fazer parte do programa por perceber que o Mais Médicos coloca a atenção básica no centro do atendimento, além de fortalecer o vínculo entre médico e comunidade. Para ele, a medicina tem de estar ao lado das pessoas que mais precisam.

“Eu me interessei pelo programa quando tive conhecimento da proposta que o Mais Médicos trazia para a atenção em saúde, de levar saúde para os lugares que mais precisam, para as periferias das cidades, para as regiões que antes não tinham médico. Achei que valia a pena fazer parte do programa”, enfatizou.

No Centro de Saúde de Samambaia, Dr. Sabino atende em média 35 a 40 pessoas por dia, com atendimento integral. Na sua avaliação, o enfoque na saúde da família pode resolver até 80% dos problemas de saúde das pessoas, diminuindo, até, a quantidade de exames, de medicamentos e de intervenções desnecessárias, “porque o médico tem mais elementos na hora de propor uma terapêutica ou resolver as doenças’.

“O foco na Saúde da Família está em consonância com que o mundo vem fazendo, a Europa e países onde o sistema de saúde é avançado existe uma atenção primária muito forte. É o caminho, inclusive, que a OMS aponta como solução para nosso modelo de saúde, porque é impossível a gente querer resolver todos os problemas de saúde no hospital, no nível de emergência”, destacou.

Com o Mais Médicos, segundo Sabino, o Brasil pela primeira vez vem colocando a atenção primária no centro e dependeu de uma decisão política de quem está no governo.

“Vendo como o programa vem se desenvolvendo, acho que é a primeira vez que o Brasil toma isso de verdade a sério, com uma medida realmente estruturante para tentar mudar um pouco esse modelo de saúde focado na doença e no hospital, e levar a saúde mais para perto das pessoas, das famílias, fortalecendo o vínculo desse médico com as comunidades. Acho que o caminho é por aí”, disse.

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Medicina humanizada
A decisão de fazer medicina em Cuba se deu pelo olhar mais humanista da saúde que é praticado na ilha, somado à oportunidade de uma bolsa integral de estudos, oferecida pelo projeto da Escola Latinoamericana de Medicina.

“Me chamava a atenção a questão do enfoque da medicina cubana que ela é muito ligada, muito forte na questão da medicina de família, na atenção primária. Com esse olhar mais humanista, distante da questão mais mercantilista que tem afetado muito o desempenho da medicina no Brasil, que tem estado focado muito na questão do mercado, do negócio, da indústria farmacêutica. Acho que o grande ganho de ter estudado em Cuba foi ter contato com um modelo diferente de medicina e um modelo diferente de sociedade”, apontou.

Segundo ele, a resistência inicial dos médicos brasileiros ao programa se dissipou à medida que o programa ia se mostrando um sucesso.

“Tem muito médico formado no Brasil que também tem esse desejo de trabalhar com a atenção primária. Além disso, o Ministério da Saúde dá alguns estímulos para os médicos que vão para a atenção primária em termos de residência e de salário, é algo realmente atrativo. Então acho que esses fatores ligados fizeram com que o programa seja o sucesso que é hoje’, afirmou.

Mais Médicos
O Mais Médicos, criado em 2013 pela presidenta Dilma, beneficia 63 milhões de brasileiros que não contavam antes com atendimento de saúde. Os médicos do programa estão presentes em 4.058 mil municípios e 34 distritos indígenas. Assim, todos os municípios brasileiros passaram a ter, pelo menos, um médico.

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Médico do programa Mais Médicos atende paciente na Ilha do Marajó (PA). Foto: Pan American Health Organization-PAHO

O programa conta atualmente com 18.240 profissionais. Em 2015, o programa contratou 3,7 mil médicos, sendo 100% deles brasileiros formados no Brasil ou no exterior.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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