Mais Médicos reduziu internações e despesas públicas com saúde

Pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) mostraram que oferta de médicos cresceu 18% nas cidades brasileiras

Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) mostram que o Programa Mais Médicos, criado durante o governo Dilma Rousseff (PT) em 2013, reduziu o número de internações hospitalares, o que causou a diminuição das despesas públicas com saúde. Ainda segundo as pesquisas, o programa proporcionou um aumento no número de consultas, encaminhamentos, visitas domiciliares e na oferta de médicos nos municípios brasileiros.

Todos os avanços na saúde sofrerão um forte retrocesso com o governo Jair Bolsonaro (PSL). Isso porque o governo cubano vai deixar a parceria firmada em resposta às declarações preconceituosas e às ameaças do presidente eleito. Cerca de 8.500 profissionais devem voltar à ilha – quase metade de todo o contingente do Mais Médicos. O fim da parceria prejudica principalmente as cidades pobres e as periferias das grandes capitais.

As duas universidades se basearam nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e comparou cidades com até 500 mil habitantes atendidas e não atendidas pelo programa, antes e depois da criação. Os municípios atendidos pelo Mais Médicos registraram alta de 5,9% em atendimentos, de 9,4% em consultas por médicos de atenção básica, de 13,3% em encaminhamentos para atendimento especializado e de 29,7% em visitas domiciliares, na comparação com municípios não participantes, de acordo com o Valor.

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo Débora Mazetto e Enlinson Mattos, a pesquisa isolou os efeitos de variáveis como orçamento do município, gasto com saúde e com educação per capita, PIB per capita, infraestrutura de saúde, números de médicos e outros profissionais de saúde e somou 2.940 municípios, sendo 2.210 participantes do programa Mais Médicos, e os demais, o grupo de controle.

Redução nas internações

O estudo apontou ainda uma redução de 4,6% nas internações nas cidades que integravam o Mais Médicos, o que representa redução do gasto público. “A redução dos indicadores de internação é bastante positiva, pois representa uma economia de recursos e pode ser sinal de melhor diagnóstico feito pelos médicos no atendimento primário, que detectam antecipadamente problemas que poderiam se tornar internações”, avalia Débora.

Ainda segundo a pesquisadora, os efeitos sobre a mortalidade não puderam ser avaliados, uma vez que seriam sentidos a longo prazo e o estudo considerou apenas três anos de vigência do programa. Já os economistas Bladimir Carrillo (UFV) e José Feres (FGV/Ipea) avaliam, em artigo publicado no periódico científico “American Economic Journal: Economic Policy”, da Associação Americana de Economia, que a oferta de médicos nos municípios participantes do programa cresceu 18%.

Se considerar apenas médicos família, o aumento foi de 40%. As consultas médicas, por sua vez, cresceram entre 5% e 8%. Houve ainda um aumento de 10% nos atendimentos de pré-natal.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Valor

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