Marcelo Barbosa: E o mundo não acabou

Como toda a opinião pública progressista, assisti consternado, ontem (22/4), a votação do PL 4330. Mas creio que a nossa consternação não deve ceder lugar à paralisia. O triste episódio…

Como toda a opinião pública progressista, assisti consternado, ontem (22/4), a votação do PL 4330.

Mas creio que a nossa consternação não deve ceder lugar à paralisia. O triste episódio de ontem indica um enredo longe de conclusão. Ainda é possível barrar a regressão social proporcionada pelas propostas de tornar precárias as relações de trabalho. O relativamente apertado placar da votação na câmara – 230 a 202 – indica isso.

“Só o peso do povo na rua poderá equilibrar a chantagem dos setores empresariais que irá se abater sobre àquela casa legislativa”

Contudo, uma vitória dos setores comprometidos com a democracia e a justiça social exige o aumento da mobilização. E, nesse sentido, principalmente o sindicalismo e os movimentos sociais podem fazer muito mais do que têm feito.
É de se entender as dificuldades de arregimentação das entidades representativas e dos coletivos da cidadania à esquerda: nosso governo, como querem os seus críticos, jogou na “despolitização da sociedade”.

Mesmo assim, não parece a hora de travar esse necessário debate.

Vivemos o aceso de uma luta decisiva. O senado já manifestou sua intenção de rejeitar a terceirização. Só o peso do povo na rua poderá equilibrar a chantagem dos setores empresariais que irá se abater sobre àquela casa legislativa.

Isto é, um novo ciclo de manifestações, a começar por um primeiro de maio unitário e cheio de gente, desponta na ordem do dia.

Cabe a nós, emular a ética do personagem desse dia 23 de abril e guerrear até a vitória!

Marcelo Barbosa é doutor em Literatura Comparada pela UERJ e diretor-coordenador do Instituto Casa Grande (ICG)

(Artigo originalmente publicado no Blog Algo a Dizer, em 23/04/2015)

PT Cast