Maria do Rosário denuncia Bolsonaro novamente ao STF

Além de incitação ao estupro, o deputado irá responder por calúnia e injúria

Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) prometeu apresentar nova denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde já responde por incitação ao estupro, contra o também deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). A ação é motivada por declarações feitas pelo parlamentar a um grupo de estudantes que visitaram a Câmara esta semana.

O ex-militar acusou Maria do Rosário de tentar esconder um suposto caso de abuso sexual contra menor de idade. O abuso teria sido praticado por um homem que foi casado com sua irmã.

As declarações contra a petista foram ditas a estudantes que debatiam com Bolsonaro sobre feminismo, até o assunto chegar no estupro, quando a deputada foi citada. Bolsonaro disse que Maria do Rosário defendia o Champinha, assassino confesso de um casal em São Paulo.

Em seguida, recordou o episódio em que ele estabeleceu o estupro como algo digno de merecimento pelas mulheres, quando disse, “deputada, eu não te estupro porque você não merece”. O deputado disse ainda que Maria do Rosário “abafou de toda a maneira o estupro do cunhado dela, no dia 30 de outubro de 2003”.

Na época em que o ex-cunhado da deputada, Flávio Renato de Brito Borges e seu amigo Carlos Santana foram presos na companhia de duas meninas de 11 e de 15 anos, numa de área de Porto Alegre onde ocorre prostituição, Maria do Rosário era relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou as situações de violência e redes de exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil, em 2003, a qual visitou 21 estados e denunciou mais de 200 pessoas envolvidas em redes criminosas de exploração sexual.

Em entrevista ao jornal “GGN“, publicada nesta sexta-feira (15), Maria do Rosário disse ter informado a todos os membros da CPMI o crime cometido pelo ex-cunhado, assim que teve conhecimento do fato. A relatoria foi transferida para a deputada Ann Pontes (PMDB-PA).

Cópias de toda a documentação foram enviadas ao Ministério Público (MP) e a CPMI recomendou o indiciamento de Flávio e Carlos por “exploração sexual de criança ou adolescente”. Também, segundo consta nos relatórios, foram solicitados “agilidade e rigor na apuração e julgamento do caso”, à Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), ao MP e ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS).

“É uma denúncia falsa. Em nenhum momento vacilei em exercer a minha responsabilidade. Eles foram presos em flagrante, denunciados no relatório final da CPMI e, como todos os demais (investigados), trabalhei para que fossem responsabilizados”, frisou.

“Quanto a este deputado que me agride de todas as formas, a resposta que pretendo é sua condenação pelo STF e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelas calúnias e injúrias que tem me proferido, inclusive mais esta, porque está claramente documentado o trabalho que realizei na CPMI”, indicou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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