Mentir é uma prática do PSDB, lembram petistas

Alckmin e Richa inflam informações sobre salários de professores durante as greves da categoria em São Paulo e no Paraná

FOTO: CRIS CASTELLO BRANCO/A2 FOTOGRAFIA

Os governos de São Paulo e do Paraná ganharam espaço na mídia nesta segunda-feira (6) por divulgarem informações equivocadas sobre os rendimentos dos professores da rede estadual durante as greves das categorias.

O deputado federal Enio Verri (PT-PR) afirma que as ações dos tucanos não surpreendem. “A mentira é uma prática do PSDB. Vimos isso durante o governo de FHC e as gestões do PSDB em Minas Gerais”.

Para Verri, o mais preocupante é tentar jogar os professores contra a população durante o período da greve. “Trata-se de uma categoria que, em geral, trabalha muito e é mal remunerada”, lembrou.

Matéria publicada hoje pelo jornal “Folha de S. Paulo” apontou que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) “inflou dados sobre salários” dos profissionais. Durante a greve, o tucano declarou o rendimento mensal dos professores havia sido reajustado em 45% durante seu primeiro mandato, entre 2011 e 2014.

No entanto, o ganho real da categoria foi de 12,3%. Do restante, 21,5%, refere-se à correção da inflação do período e 11,2% foram incorporações de gratificações que os profissionais da ativa já recebiam. Segundo a reportagem, para ter acesso aos dados, foi necessário recorrer à Lei de Acesso à Informação e, ainda assim, o prazo estipulado não foi cumprido.

Os dados só foram entregues após o fim da maior greve da história do Estado, que durou 89 dias e terminou sem acordo sobre as reivindicações da categoria.

“É um jeito maquiavélico de tentar jogar a população contra os professores”, afirmou o deputado federal Vicentinho (PT-SP). O petista avaliou a postura dos governadores tucanos como irresponsável.

“Isso é muito mal. Ainda bem que, no caso de São Paulo, a Folha desmascarou porque, se fosse um de nós viriam com outra mentira, que é a arma deles”, disse.

O deputado estadual João Paulo Rillo (PT-SP) afirma que a estratégia do governo tucano no estado, durante os mais de 90 dias de greve dos professores, variou entre a “negação” e a “desconstrução” por meio de argumentos “falsos” e “mentiras”.

Durante a greve, segundo ele, tais argumentos deixaram de ser questionados de forma crítica pela grande mídia, que se limitou em reproduzir ou, quando não, desconhecer a greve.

“A verdade, que o PSDB de São Paulo e do Paraná tentaram evitar, é que a política de educação deles é excludente, prioriza os interesses privados. Os professores demonstraram que estão organizados e são capazes de enfrentar o desmonte que vem sendo patrocinado pelos governadores Geraldo Alckmin e Beto Richa”, afirma.

Paraná – Companheiro de partido de Alckmin, o governador Beto Richa (PR) foi obrigado por ordem judicial a retificar, em 90 dias, informações sobre salários dos professores estaduais no Portal da Transparência.

O juiz da 4ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, Guilherme de Paula Rezende, determinou ainda a retirada, em 48 horas, da matéria com o título “Em 111 cidades, salários dos professores são maiores que os dos prefeitos”, da Agência de Notícias do Estado.

Os valores apresentados estavam distorcidos, pois incluíam como rendimento mensal o pagamento de benefícios atrasados. “O noticiado pelo Estado do Paraná em seu portal acabou por se afastar de seu cunho informativo e passou a ser fonte de manipulação para fins outros, sendo certo que o enfraquecimento de instituições sempre interessa a alguém, máxime em tempos de informações rasas e sensacionalistas”, declarou o juiz, em sua decisão.

A divulgação de dados equivocados motivou a terceira ação na Justiça do PT contra o governo de Richa, em seis meses.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

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