Ministro golpista: Blairo Maggi, o “motosserra de ouro”

Ruralista, ministro da Agricultura é acusado de irregularidades como lavagem de dinheiro, peculato e superfaturamento de obras

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Blairo Maggi, um dos principais empresários do agronegócio brasileiro, mais conhecido como “rei da soja”, por ser um dos maiores produtores e exportadores de soja do País, foi o escolhido do presidente golpista Michel Temer para comandar a pasta da Agricultura.

Citado pela revista Forbes, em 2014, como dono de uma das maiores fortunas do mundo, Maggi e sua família construíram um verdadeiro império que, em 2011, faturou nada menos que US$ 3,78 bilhões.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as terras dos Maggi compreendem 45.115 hectares, espalhados por 29 propriedades rurais, sendo algumas delas suspeitas de improdutividade.

Levantamento do Greenpeace, que concedeu ao ministro golpista, em 2006, o prêmio “motosserra de ouro”, indica que os negócios do ministro golpista teriam sido responsáveis por metade da devastação ambiental brasileira entre 2003 e 2004. O mesmo estudo aponta que, nesse período, só a floresta amazônica perdeu uma área de mais de 26 mil quilômetros quadrados.

Preservação ambiental não parece mesmo ser uma preocupação para o atual titular da Agricultura. Em 2003, durante seu primeiro mandato como governador do Mato Grosso, ao ser questionado sobre a derrubada da floresta matogrossense, não teve o menor constrangimento em declarar ao jornal “The New York Times” que “um aumento de 40% no desmatamento da Amazônia não significa nada” e “não sinto a menor culpa pelo que estamos fazendo por aqui”.

Eleito senador em 2010, Maggi foi escolhido, em 2013, para presidir a Comissão de Meio Ambiente do Senado, causando a revolta de movimentos dedicados à causa ambiental, que se referem a ele como “exterminador do futuro”. Neste mandado, um dos projetos apresentados pelo senador foi a PEC 45/2013, visando vedar a demarcação de terras indígenas em áreas retomadas. Outro, a PEC 65/2012, relatada por ele, prevê a descaracterização do processo de licenciamento ambiental, impedindo que grades obras sejam suspensas ou canceladas.

Coleção de denúncias
De crime de estelionato e favorecimento pessoal, passando por prevaricação e crimes eleitorais, Maggi é mais um dos ministros do governo ilegítimo de Michel Temer com vasto envolvimento em irregularidades investigadas pela Justiça.

O ex-governador foi alvo de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), relacionado à Operação Ararath, para apurar indícios da prática do crime de lavagem de dinheiro e corrupção. A suspeita era de que Maggi teria se beneficiado com a suposta “compra” de vaga no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), responsável por fiscalizar gastos do governo matogrossense.

O ministro golpista da Agricultura também foi investigado por improbidade administrativa com dano ao erário em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal de Mato Grosso (MPF-MT), por suspeita de irregularidades na contratação de uma empresa da área de saúde em seu primeiro mandato como governador. O TCU identificou sobrepreço de 32,74% nos valores de produtos e serviços pagos a Home Care Medical Ltda, entre outubro de 2003 e outubro de 2004. O prejuízo, em valores atualizados, foi de quase R$ 10 milhões.

Já em outra ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE), Maggi foi acusado de estar envolvido no superfaturamento da compra de 705 máquinas pesadas como retroescavadeiras e tratores, o chamado “Escândalo dos Maquinários”, resultando num prejuízo de R$ 44 milhões para os cofres públicos.

Em uma terceira ação por improbidade movida pelo MPF, o ministro golpista foi condenado junto com outros réus a ressarcir R$ 61 milhões ao erário (processos nº 59959-05.2014.811.0041 e nº 59733-97.2014.811.0041, que podem ser consultados no sistema do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, clicando aqui).

Apesar do histórico nada louvável, o então senador não se constrangeu ao apresentar o Projeto de Lei 233/2015, cujo objetivo é exatamente limitar investigações de gestores públicos ou de empresas que prestam serviços a órgãos públicos pelo Ministério Público.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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