Monica Valente: Forte solidariedade internacional no 6º Congresso

Com forte presença internacional, o Congresso debateu o cenário internacional e definiu propostas de trabalho para o próximo período

Ricardo Stuckert
6º Congresso Nacional do PT

Delegação internacional do 6º Congresso se reúne com ex-presidente Lula

Em seus trinta e sete anos de existência, a atuação internacional do Partido dos Trabalhadores buscou responder aos desafios de um mundo e de um país em transformação. Nos anos seguintes à sua fundação, nosso trabalho internacional esteve marcado pelas ações de solidariedade às lutas por libertação nacional e denúncia contra as violações de direitos humanos em vários países da América Latina e Caribe.

Com os resultados obtidos na eleição presidencial de 1989, o PT ganhou maior reconhecimento e projeção internacional e neste cenário a convocatória feita por Lula e Fidel Castro a partidos, movimentos e organizações de esquerda da América Latina e Caribe, cria , em julho de 1990, o Foro de São Paulo.

Os anos 1990, fortemente marcados pela crise dos países do chamado “socialismo real” e pela rápida expansão do neoliberalismo na América Latina, o PT consolida sua opção de trilhar caminhos próprios, a partir de relações internacionais plurais com vários setores de esquerda e democráticos, o que também reflete a própria diversidade constitutiva do PT.

Nos anos 1990 o PT se engajou no debate sobre a integração regional, contrapondo-se à orientação neoliberal pautada exclusivamente em acordos comerciais e, com a primeira eleição de Lula em 2002, a atuação internacional do PT ganhou novo desafio, incluindo dessa vez a tarefa  de dar suporte à política externa brasileira e simultaneamente manter uma elaboração política própria.

O 6º Congresso Nacional do PT atualizou a elaboração de nossa política internacional adequando-a ao momento, particularmente na atual conjuntura nacional e internacional:  uma política externa voltada para a realidade latino-americana e caribenha e ao mesmo tempo voltada para o mundo considerando nesta equação as políticas multilaterais, o comércio, a relação com outros continentes e o desenrolar de um mundo multipolar de fato.

Conferência internacional Os Golpes de Novo Tipo na América Latina e o caso Lula

I. Defesa de uma nova ordem internacional de caráter multilateral, fundamentada na paz entre os povos, ancorada no respeito ao direito internacional e comprometida com a solução de conflitos, com o respeito dos direitos humanos, com o combate às desigualdades e à pobreza e com o desenvolvimento ambientalmente sustentável. Neste sentido, o grupo dos BRICS é uma aliança estratégica que configura uma novidade de peso no cenário internacional. Ao PT caberá desenvolver estratégia própria de ação internacional em conjunto com partidos, movimentos sociais e sindicais que possam incidir sobre essa aliança.

II. Defesa de políticas ambientais mundiais que busquem uma relação harmoniosa entre os seres humanos e a natureza, bem como o incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias para uma economia sustentável.

III. Defesa de um amplo processo de integração regional econômica e social soberana, na perspectiva estratégica de desenvolvimento econômico e social de longo prazo da região latino- americana e caribenha, procurando a maior complementação entre os países e fortalecendo a nova institucionalidade regional como UNASUL e CELAC, além da democratização do Mercosul. Neste sentido, particularmente aqui em nosso país, é fundamental que nossas bancadas parlamentares federais se engajem na aprovação do projeto de lei das Eleições Diretas para os representantes brasileiros no Parlasul.

IV. Defesa dos processos democráticos da região latino-americana e ampliação da democracia com a adoção de mecanismos eleitorais que torne o voto o mais representativo possível e de instrumentos de democracia direta, bem como a democratização do poder judiciário e dos meios de comunicação.

V. Fortalecimento do Foro de São Paulo como principal espaço de articulação e expressão da esquerda latino-americana e fortalecimento da presença e atuação do partido na África.

VI. Aproximação com as alternativas de esquerda, no plano internacional, com capacidade real de mobilização e disputas de governos, buscando estabelecer agendas e planos comuns de ação.

Não menos importante, o 6º Congresso aprovou a realização, até o final de 2017, uma Conferência sobre o PT e as Relações Internacionais, com o objetivo de detalhar nossa atividade mundial, fortalecer o trabalho da Secretaria de Relações Internacionais e envolver o conjunto do partido nas iniciativas do setor. É importante ainda o envolvimento das secretarias setoriais na elaboração e participação na política internacional do PT.

Ainda no âmbito do 6º Congresso, a Fundação Perseu Abramo e a Secretaria de Relações Internacionais do PT realizaram a Conferência Internacional sobre “ Os Golpes de Novo Tipo na América Latina e o caso Lula”, com a participação de convidados internacionais como José Bayardi, da Frente Ampla do Uruguai, Pablo Colantuonno, jurista do Instituto de Política Constitucional da Academia Nacional de Ciências Morais e Políticas da Argentina, Emir Sader, sociólogo e intelectual brasileiro e os advogados brasileiros Cristiano Zanin e Valeska Teixeira (veja aqui).

Confira Lista de Delegados Internacionais presentes no 6º. Congresso do PT:

Dipuo Letsatsi-Duba África do Sul CNA
Edna Molewa África do Sul CNA
Lebohang Matshaba África do Sul CNA
Ntshiki Mashimbye África do Sul CNA
Lovedelia Maake África do Sul Embaixada
Eva Methil África do Sul Embaixada
Michael Mathebula África do Sul Embaixada
Konstantin Woinoff Alemanha SPD
Thomas Manz Alemanha FES – Brasil
Fabio Floriano Alemanha FES – Brasil
Dietmar Schulz Alemanha Die Linke
Heinz Bierbaum Alemanha Die Linke
Manuel Teodoro de Jesus Quarta Angola MPLA
Beltrán Besada Romero Argentina Mov. Evita
Andrés Bercum Argentina Descamisados
Tomas Ottavis Argentina PJ
Matías Ezequiel D’Adamo Argentina PC-CE
Eduardo Di Pollina Argentina P.S.
Pablo Angel Gutiérrez Colantuono Argentina Advogado, Congressista
Maria Camila Vollenweider Argentina Instituto CELAG
José Kinn Franco Bolívia Embaixada
Jaime Gazmuri Chile Embaixada
Carlos Monge Chile Embaixada
Zhu Yue China Embaixada
Wang Jie (Vítor) China PC
Jaime Dussán Colômbia PDA
Javier Aristobulo Calderón Castillo Colômbia Marcha Patriótica
Marietta Toro Zuluaga Colômbia Marcha Patriótica
Juan Pozo Cuba PC
Jorge Schafik Handal El Salvador FMLN
Susana Fuentes Equador Embaixada
Luis Quiñonez Equador Embaixada
Asier Altuna Espanha Sortu / Pais Vasco
Florence Pozananski França Parti de Gauche
Maurice Braud França P.S.
Jean Jacques Kourliandsky França P.S.
Tomas Napolitano França Embaixada
Gael de Maisonneuve França Embaixada
Laurent Péréa França PC
Lorena Martínez Nicarágua FSLN
Cinthia Mayorga Nicarágua FSLN
Héctor B. Aleman E. Panamá PRD
Rosa Rabiais Portugal PCP
Martha Pérez R Dominicana M.I.U.
José Oviedo R Dominicana PLD
Francia Martinez R Dominicana PLD
Francisco Luciano R Dominicana P. dos Trabalhadores Dom.
Maximo De La Cruz Luciano R Dominicana P. dos Trabalhadores Dom.
Mohamed Zrug RASD Frente Polisario
Kim Chol Hak RPDC Partido do Trabalho da Coreia
Myong Chol RPDC Partido do Trabalho da Coreia
Pak Mun Song RPDC Partido do Trabalho da Coreia
Teresa Carvalho Suécia SD
Eduardo Mernies Uruguai FA
Mónica Xavier Uruguai FA
José Bayardi Uruguai FA
Felix Carrillo Venezuela Embaixada
Gerardo Delgado Venezuela Embaixada
Javier Marin Venezuela Embaixada
Do Ba Khoa Vietnã Embaixada
Hans Aalbog PIE
Giacomo Filibeck PES

Por Monica Valente, Secretária de Relações Internacionais do PT

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