Monica Valente: Hasta siempre, Comandante Fidel!

A Secretária de Relações Internacionais do PT relata como foi a despedida ao líder da revolução Fidel Castro em Cuba

Foto: Ricardo Stuckert

Uma praça, a Praça da Revolução, em Santiago de Cuba, lotada por uma multidão de cubanos e cubanas, foi o cenário da última homenagem do povo cubano ao querido comandante em chefe, Fidel, em 03 de dezembro passado. Sob um quase límpido céu de uma noite cálida, era impossível não se emocionar ao ouvir o brado “yo soy Fidel”, de homens e mulheres, jovens e crianças. Inúmeros chefes de estado, como nosso ex-presidente Lula e nossa legitima presidenta Dilma, Nicolás Maduro, Daniel Ortega e Evo Morales, ladeavam a Raul Castro, em uma forte solidariedade.

A cidade estava em luto. Apesar da multidão, não se ouvia a música que encanta as noites cubanas; apenas um silêncio eloquente, uma dor profunda, uma saudade forte, era o que podíamos sentir.

A solenidade foi muito simbólica: representantes do povo cubano, trabalhadores, mulheres, juventude, estudantes, escritores e artistas, fizeram uso da palavra, rememorando todos os feitos de uma revolução inspirada na libertação de um povo liderada por esse homem inesquecível.

São inegáveis as conquistas do povo cubano sob a liderança de Fidel. Na educação, Cuba ocupa o primeiro lugar em investimento nas políticas educacionais com relação ao PIB, de 12,9%; a taxa de alfabetização de adultos é de 99,8%; 95% das crianças concluem o ensino fundamental e 86% dos adolescentes cursam o ensino médio. Na saúde, os dados são ainda mais expressivos: a mortalidade infantil é 4,2% por cada 1.000 nascidos vivos, 93,8% da população tem agua potável , 99% da população foi imunizada contra as 13 principais enfermidades , menos de 0,1% de população padece de HIV/AIDS, e há um médico para cada 133 habitantes. Há 22 faculdades de medicina que formaram mais de 78 mil médicos, mais de 100 países do mundo receberam médicos cubanos para auxiliar nos seus serviços de saúde e a Escola Latino Americana de Medicina , a ELAM , formou mais de 2000 profissionais procedentes de 80 países de vários continentes. Tudo isso sob um bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de 50 anos, desenhado para provocar fome, doenças e desespero para a população cubana para desestabilizar a revolução cubana.

Fidel provou que é possível, apesar dos mais intensos ataques do imperialismo e do neoliberalismo que Cuba sofreu ao longo dos últimos 60 anos, manter um povo altivo e soberano, com suas necessidades atendidas, solidário às lutas dos povos de todo o mundo por sua libertação, humanista e internacionalista em seu âmago. É por isso que cubanos e cubanas choram por sua partida.

E é também por tudo isso que nós, latino americanos de toda a região, choramos por sua partida. Nossos melhores sonhos e nossas mais fortes lutas por um mundo de paz, sem fome, sem guerra, sem exclusão social, foram inspirados e embalados pela luta e pela vida de Fidel.

Por isso, comandante Fidel, hasta siempre!

Monica Valente é Secretária de Relações Internacionais do PT e Secretária Executiva do Foro de São Paulo

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