Movimento internacional quer ampliar defesa aos direitos da mulher

Com o slogan “Nem uma a menos” – em livre tradução do espanhol “Ni una a menos”; a marcha contra o feminicídio levou milhares de pessoas as ruas de Buenos…

Com o slogan “Nem uma a menos” – em livre tradução do espanhol “Ni una a menos”; a marcha contra o feminicídio levou milhares de pessoas as ruas de Buenos Aires e em 110 cidades argentinas, com reflexos no Uruguai, Chile e México no início deste mês.

A secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Moriére que participou da inédita mobilização destacou que é necessário com urgência promover mudanças culturais e construir uma nova relação com os direitos das mulheres para garantir mais proteção e mudar o pensamento da sociedade sobre a questão.
“Nenhuma a menos não só na questão da violência, mas também nos espaços de poder e decisão. Nós temos que brigar por nenhuma a menos em todos os lugares da sociedade brasileira e mundial”, defendeu Laisy.

A marcha que contou com participação maciça da população e o apoio de organizações humanitárias, estudantis, judiciais, partidos políticos e, inclusive, da Igreja Católica, aconteceu após o assassinato de uma adolescente de 14 anos. Segundo a ONG Casa do Encontro, em 2014, houve na Argentina pelo menos 277 feminicídios, deixando 330 crianças sem mãe. Isso significa que uma mulher morreu a cada 31 horas.

No Brasil as políticas para as mulheres ganharam alento na gestão petista iniciada pelo governo Lula e que agora vem se fortalecendo com o compromisso político de tolerância zero à violência de gênero com governo de Dilma Rousseff. Atualmente o feminicídios é considerado crime hediondo no país.

Este ano a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que inclui o crime no código penal. O projeto foi elaborado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher. A iniciativa prevê o aumento da pena em um terço se o crime acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou adulto acima de 60 anos ou ainda pessoa com deficiência.Também se o assassinato for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima.

Na justificativa do projeto, a CPMI destacou o homicídio de 43,7 mil mulheres no Brasil de 2000 a 2010, sendo que mais de 40% das vítimas foram assassinadas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros. Além disso, a comissão afirmou que essa estatística colocou o Brasil na sétima posição mundial de assassinatos de mulheres.

De acordo com Moriére para combater a violação dos direitos femininos é fundamental, primeiramente, condenar o machismo instaurado na sociedade há séculos.
“Nós não podemos mais permitir que na atual sociedade as mulheres ainda sejam assassinadas por uma questão de ser mulher. Não podemos permitir que a sociedade trate as mulheres como se elas fossem menos que os homens. Portanto nós temos que nos rebelar contra isso “protestou ela.

Após a marcha contra a violência de gênero o governo argentino anunciou que o país contará com um registro nacional de feminicídios, uma conquista que fez parte das principais pautas das reivindicações.

Fabrícia Neves, da Agência PT de Notícias

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