Movimentos cobram saída de Temer da Presidência e pedem eleições

UNE e centrais sindicais divulgam manifestações sobre as denúncias que envolvem o presidente golpista

Lula Marques/Agência PT

Movimentos cobram saída de Temer da Presidência

Movimentos sociais, centrais e entidades representativas estão se manifestando contra as graves denúncias feitas contra o presidente golpista Michel Temer. Ele foi flagrado em gravações participando diretamente da negociação de propina para comprar o silêncio do réu e ex-deputado Eduardo Cunha, atualmente preso. “Tem que manter isso, viu?”, disse Temer sobre o acordo, segundo gravação, informou o jornal “O Globo”.

Além disso, Temer teria indicado o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto ligado à empresa. Em outra gravação, Loures aparece, segundo a Globo, recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviada pelo dono da JBS.

Para as lideranças, a situação do governo está insustentável e a saída é a união em torno das eleições diretas. Vários atos estão sendo convocados para os próximos dias. A União Nacional dos Estudantes soltou nota conclamando a população a ocupar as ruas pedindo a saída de Temer.

“Como saída política para a crise, a UNE volta a reforçar o clamor por eleições diretas no Brasil, como forma de resgate da normalidade democrática. Apenas devolvendo o voto popular e o poder ao povo podemos retomar o curso do país e enterrar o pacote de retrocessos promovidos por Michel Temer e seus aliados políticos. Além disso, a partir de agora não sairemos das ruas, vamos organizar Comitê por Novas Eleições Já e trancaços nas universidades de todo o Brasil”, traz a nota da UNE que chamou, ainda junto às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, manifestação para o domingo (21) às 15 horas no vão do MASP, São Paulo.

Já as centrais sindicais CTB, Nova Central, Intersindical e CSP-Conlutas se reuniam nesta quinta-feira (18) em São Paulo e decidiram reforçar a manifestação agendada para o dia 24 contra as reformas de Temer. “A hora cobra de nós reflexão e ação e a marcha do dia 24 de maio ganha uma dimensão ainda maior. A luta em defesa dos direitos seguirá firme, mas agora somos convocados a ser protagonistas dos rumos da história do nosso país”, indicou o presidente Adilson Araújo, durante a reunião.

Além disso, as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular divulgaram, na noite de quarta-feira (17), nota convocando o povo às ruas contra Temer. “A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo convocam a população para construir atos e manifestações em todas as capitais do Brasil para exigir a saída do presidente Michel Temer e eleições diretas”, diz a nota.

“As provas de corrupção e suborno envolvendo diretamente o golpista Michel Temer, numa operação com a JBS para calar o ex-deputado Eduardo Cunha comprovam, o que há mais de um ano afirmamos, que o presidente ilegítimo Michel Temer não tem nenhuma condição de continuar na presidência da República. Só o voto popular pode resolver essa imensa crise política, resgatar a democracia e credibilidade na principal instituição brasileira. Qualquer outra saída será golpe dentro do próprio golpe”.

“É por isso, que as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam todos e todas para ocupar as ruas no próximo domingo, dia 21 de maio, de todas as capitais do país para exigir Fora, Temer e Eleições Diretas, Já”, finaliza o documento.

A CUT divulgou nota onde defende a retirada dos projetos da reforma da previdência e da reforma trabalhista da pauta do Congresso e a convocação e eleições diretas para eleger um novo Presidente e um novo Parlamento. Confira a nota na íntegra:

“A Direção da CUT considera de extrema gravidade as denúncias, fartamente documentadas com provas consistentes e divulgadas ontem nos meios de comunicação envolvendo o presidente ilegítimo Michel Temer no pagamento de propina, oriundos da empresa JBS, a Eduardo Cunha com o objetivo de mantê-lo calado em relação a crimes de corrupção envolvendo o próprio Michel Temer e o núcleo do seu governo. As denúncias atingem também um dos expoentes das forças que lhe dão sustentação política e parlamentar, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, que teria recebido recursos igualmente ilícitos de Joesley Batista, dono da JBS e que chegou a dizer, ao se referir a um de seus colaboradores: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer a delação” .

Além da clara intenção de obstruir o trabalho da Justiça, os fatos tornam público, de forma irrefutável, a natureza criminosa da quadrilha que assaltou o poder ao promover o golpe contra a Presidenta Dilma. Ao mesmo tempo, os fatos tornam insustentável a continuidade do governo golpista.

Neste momento crucial de aprofundamento da crise política, a CUT soma-se ao conjunto de forças democrático-populares para exigir Fora Temer, a retirada dos projetos da reforma da previdência e da reforma trabalhista da pauta do Congresso e a convocação e eleições diretas para eleger um novo Presidente e um novo Parlamento, com atribuições de poder constituinte. Deverá ser devolvido ao povo o direito soberano de escolher seus representantes para pavimentar o caminho para as mudanças estruturais necessárias para restaurar e consolidar a Democracia e promover um novo ciclo de desenvolvimento.

A CUT e os movimentos sociais representados pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo têm tido um papel fundamental na resistência ao governo golpista e a sua agenda neoliberal e regressiva, desencadeando um processo crescente de mobilizações nas capitais e cidades do interior nos dias 8, 15 e 31 de março e que culminaram na histórica greve geral do dia 28 de abril que envolveu mais de 40 milhões de trabalhadores/as. O recado foi dado: só a luta popular será capaz de derrotar o governo golpista e ilegítimo e de impedir que sejam retirados direitos fundamentais da classe trabalhadora. Apesar de termos isolado o governo golpista, que conta com baixíssimo índice de aprovação, ele insiste em manter as reformas criminosas contra a classe trabalhadora.

Diante da gravidade do momento, a CUT orienta suas bases a permanecerem em estado permanente de mobilização, e as conclama a saírem às ruas das capitais e cidades do interior no próximo domingo, dia 21, e a ocuparem Brasília no dia 24 de março para exigir: que o Congresso retire da pauta a reforma da previdência e a reforma trabalhista. Fora Temer! Diretas já!”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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