Movimentos criam comitê pela democracia e OAB endossa golpe

Ao protocolar novo pedido de impeachment da presidenta Dilma na Câmara, presidente da OAB sofreu forte resistência e foi alvo de muita manifestação

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Movimentos sociais e estudantis se uniram, nesta segunda-feira (28), a parlamentares Congresso Nacional para lançar o Comitê Pró-Democracia. O grupo tem como objetivo principal criar uma frente de luta dentro da Casa para mostrar aos parlamentares que as pessoas a favor do golpe não são unanimidade. 

No entanto, na mesma tarde em que os movimentos se uniam pela democracia brasileira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou, sob fortes críticas, um novo pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Advogados, juristas e outros representantes do Direito contrários ao golpe impediram que o presidente da OAB, Claudio Lamachia, entregasse pessoalmente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o novo pedido.

“Hoje fizemos uma frente de resistência contra o novo pedido de impeachment protocolado pela OAB e apoiamos os advogados independentes nessa missão. Vamos fazer alguns atos durante a semana e na quinta-feira (31) nos uniremos a outros movimentos e a parte da sociedade para participar da marcha contra o golpe”, explica Bia Barbosa, uma das organizadoras do comitê.

Comitê Pró-Democracia

Antes da OAB protocolar o pedido de impeachment, um grupo de advogados entregou requerimento para que a Ordem consultasse diretamente os integrantes da entidade sobre a apresentação de um novo documento. Após o pedido ter sido protocolado, os movimentos contra o golpe continuaram sua manifestação ao coro de “não vai ter golpe” e “a verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura”, no Salão Verde da Câmara.

Sete grupos de advogados contra o golpe participaram do ato pela democracia. Segundo o advogado Hudson Cunha, os juristas defendem a Constituição Federal e a legalidade dos processos.

“O que está me jogo aqui não é só o impeachment da presidenta Dilma, mas os direitos trabalhistas e sociais que foram conquistados ao longo destes 13 anos de governo, além da democracia. E é por ela que nós temos que lutar”, afirma.

Pró-Democracia
De acordo com Bia Barbosa, o Comitê Pró-Democracia se unirá aos outros setores da sociedade que lutam a favor do Estado Democrático de Direito e contra o golpe. “Existe uma grande parcela da sociedade que se articula e entende que um golpe está em curso. O comitê está aqui para somar a outra iniciativas que já existem e a outros espaços de luta”, afirma a organizadora do grupo.

O diretor institucional da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Campos, conta que também serão organizados vários debates para aumentar a força das frentes populares em defesa da democracia dentro do Congresso, onde, segundo ele, será o centro da ebulição política nos próximos dias.

Entre as entidades e coletivos que participaram da criação do comitê estão a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Comissão Justiça e Paz (DF), União Nacional dos Estudantes (UNE), Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Intervozes, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Fora do Eixo, Articulação Justiça e Direitos Humanos (JusDH), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), União da Juventude Socialista (UJS), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e o coletivo Mídia Ninja. Além disso, o grupo conta com a participação do PT, PCdoB, Psol e PCO.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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