Na sessão mais longa do Congresso, deputados petistas denunciam golpe

“Dilma é julgada por mais de 200 deputados que são indiciados ou respondem por crimes”, acusou o deputado Pepe Vargas (PT-RS); veja mais depoimentos

Depois de 43 horas, a Câmara dos Deputados encerrou a sessão que antecede a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Na última fase, que durou até às 4h da manhã deste domingo (17), parlamentares do PT se manifestaram contra o golpe em curso no Planalto.

O deputado Vicentinho (PT-SP) afirmou que o que está em jogo na votação do impeachment não é somente o golpismo e a traição, nem a contradição de um presidente da Câmara acusado de corrupção que tentam retirar do cargo, mas forças políticas que querem tomar o poder. “Deputados que representam fazendeiros, que querem tomar a terra dos índios, e deputados que representam os empresários da Fiesp, que querem votar a terceirização, e retirar direitos trabalhistas”, afirmou, se referindo aos parlamentares pró-impeachment.

O deputado Ságuas Moraes (PT-MT), por sua vez, lembrou que há um ano a presidente enviou ao Congresso um pacote com seis medidas anticorrupção que ainda não foi votado, o que demonstra que não há vontade para combater os corruptos. “O terceiro turno será vencido hoje”, disse ele ao lembrar que a oposição começou a falar de impeachment assim que saiu o resultado das eleições de 2014. 

O deputado Assis Carvalho (PT-PI) disse que o impeachment é sim um golpe, e que são das elites brasileiras que apoiam os parlamentares favoráveis ao processo. Já o deputado José Airton Cirilo (PT-CE), que é membro da Comissão Mista de Orçamento, afirmou que não pode aceitar a abertura de processo contra a presidente porque não entende que há qualquer indício de crime de responsabilidade. “Nós nem ainda julgamos as contas da presidente Dilma”, sustentou.

Para o deputado Rubens Otoni (PT-GO), a ideia de combate à corrupção é um golpe de enganação da oposição. “É muito mais fácil chegar com a conversa mole de que estamos trabalhando contra a corrupção e a moralidade. Mas quem é contra isso? Será que se fosse verdade isso, o processo dela [da presidente] estaria sendo coordenado pelo Eduardo Cunha?”, questionou o parlamentar.

Já deputado Pepe Vargas (PT-RS) defendeu a honestidade da presidente da República e disse que Dilma Rousseff “deixa correr com naturalidade” as investigações da Operação Lava Jato. Ele é o 308º parlamentar a falar na sessão do Plenário da Câmara dos Deputados que discute a abertura do processo de impeachment.

Ao ressaltar que a presidente não é investigada por nenhum ato de corrupção, Vargas considerou uma contradição o fato de Dilma “ser julgada por mais de 200 deputados que são indiciados ou respondem por crimes”.

Ele também criticou a proposta “Uma Ponte para o Futuro”, articulada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que em sua opinião “coloca por terra direitos sociais conquistados nos últimos anos, com o fim do reajuste salarial e a desvinculação de recursos para saúde e a educação”.

Veja o que falaram outros deputados do PT:

Érika Kokay (PT-DF)

Deputado Luiz Couto (PT-PB):

Deputada Ana Perugini (PT-SP)

Deputado Helder Salomão (PT-ES)

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