“Não há derrota pra quem assume lado justo”, diz Fátima Bezerra

“Não se trata de esquecer nossos erros, mas de deixar claro que a Casa Grande nunca aceitou ser governada pelos filhos da senzala”, afirma a senadora

Foto: Beto Barata/ Agência Senado

Em seu discurso no plenário do Senado para barrar o golpe em curso contra a presidenta, Dilma Rousseff, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) fez um chamado histórico a todos os que lutam em defesa da Constituição e da democracia brasileiras. “Sairemos de cabeça erguida, com mais disposição para luta, pois não há derrota definitiva para quem assume o lado justo da História. Ousar lutar, ousar vencer”, afirmou Fátima Bezerra. “Viva Luiz Inácio Lula da Silva, viva Dilma Vana Rousseff.”

A senadora usou a Educação como eixo central de seu discurso, listando a série de avanços conquistados no setor desde 2003, durante os governos do PT. Ela citou como avanços: o Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb), “marco histórico da educação básica de qualidade”; as leis de expansão da educação profissional e tecnológica “para os mais diversos cantos do Brasil”; a criação de 18 novas universidades federais; o Plano Nacional de Educação (PNE), que fixa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação; e a lei que destina 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação. “Lutar contra este golpe é lutar em defesa da educação brasileira”, resumiu.

Fátima Bezerra classificou o momento como uma “tragédia” e uma “farsa” conduzidas por golpistas que buscam tirar do poder uma presidenta democraticamente eleita. “Usam todos os artifícios para tentar cobrir com o manto da legalidade o golpe em curso”, afirmou. “Um golpe que prescinde da presença de tanques de guerra nas ruas, mas que se utiliza dos mesmos ataques aos direitos humanos”. “Sabemos que esse processo é apenas uma fantasia que oculta um projeto político derrotado nas urnas, com quatro eleições perdidas.”

A senadora citou o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel como um dos que denunciaram o golpe, junto com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, e com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Roberto Caldas.

O “golpe anti-povo”, segundo a senadora, estará configurado na concretização do programa “Ponte para o Futuro”, elaborado pelo PMDB, que se estrutura na direção da precarização de direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Fátima Bezerra lamentou o papel do PSDB, atuando fora dos limites democráticos que marcaram a fudação do partido. “O PSDB e o sr. Aécio Neves entram para a História com este golpe como coveiros da democracia”, disse.

Para Fátima Bezerra, o golpe coloca o PT na oposição e se constitui em situação já vivida pelos petistas. “Não é a primeira vez que nosso partido é criminalizado”, avaliou. “Não se trata de esquecer nossos erros, mas de deixar claro que a Casa Grande nunca aceitou ser governada pelos filhos da senzala. Ninguém será capaz de apagar o imenso legado dos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff.”

Ao encerrar seu discurso, a senadora disse que faria um “tributo à memória de bravos lutadores do Rio Grande do Norte. Ela citou educadores, professores, juristas, artistas, intelectuais e trabalhadoras e trabalhadores como as razões de sua posição de combate. “Farei do meu voto um tributo à memória de bravos lutadores potiguares. Djalma Maranhão, Emanuel Bezerra, Natália Alves e Daniel Lemos, que sofreram com a Ditadura Militar; Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes, que dedicaram a vida à defesa da educação; meus colegas professores, juristas, artistas, intelectuais e a cada trabalhadora e trabalhador.”

Veja abaixo na íntegra:

Da Redação da Agência PT de Notícias

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