Nature elogia política do Brasil para ciência

Conceituada revista científica inglesa diz que o País está superando os danos provocados pela ditadura militar nas universidades

A Copa das Copas fez uma das mais conceituadas revistas sobre ciência do mundo voltar os olhos para o país. A Nature dedicou uma edição especial para falar sobre os avanços e investimentos em Ciência feitos pelo Brasil e os outros países da América do Sul.

A edição, publicada em junho, fez um panorama das produções em ciência e tecnologia no continente.

Com o título “Estrelas da Ciência na América do Sul”, a revista destaca o Brasil e calcula que, por ano, os investimentos em pesquisas científicas correspondem ao dobro do que foi gasto na Copa do Mundo: “O país investe US$ 27 bilhões por ano em ciência, tecnologia e inovação, superando o preço para o torneio de futebol, que chega a até cerca de 15 bilhões de dólares”, destaca.

De acordo com a publicação, o Brasil é o único país do continente que gasta mais do que 1% do PIB em pesquisa e desenvolvimento.

O Brasil lidera, com mais de dois terços, toda a publicação científica da América do Sul. Com 46.306 artigos, estamos bem à frente da a Argentina, segunda colocada no ranking, com 9.337 artigos publicados, seguido do o Chile, com 6.794 e da Venezuela, com 1.315. O Peru tem 1.044 publicações.

“A produção científica do Brasil aumentou em mais de cinco vezes, enquanto a economia quase triplicou em termos de poder de compra”, diz a Nature.

Na revista, a escritora Bárbara Fraser explica que as décadas de ditadura militar fizeram muitos talentos científicos fugirem de seus países. Agora tentam reverter este quadro investindo em pesquisas. “O Brasil foi um dos primeiros países sul-americanos a investir na construção de uma base de pesquisadores”, destaca.

O programa Ciência sem Fronteiras avança nesse sentido. Lançado há apenas três anos, um dos objetivos do projeto é promover o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação para que façam estágio no exterior e mantenham contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Até agora cerca de 62,5 mil estudantes foram estudar no exterior. A previsão é que até o fim do ano mais 38,5 mil bolsas sejam concedidas.

 

Por Aline Baeza, da Agência PT de Notícias

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