No PR, oposição quer investigar Richa em CPI

Deputados buscam assinaturas para instalar uma CPI sobre propina da reeleição

Faltam nove assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instalada na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para apurar a denúncia do pagamento de propina ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

O caso veio à tona com o depoimento em delação premiada do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, preso pela Operação Publicano, na última sexta-feira (15). O depoente acusou Richa de ter recebido R$ 2 milhões de financiamento à sua campanha de reeleição, oriundos de propina desviada da Receita Estadual do Paraná.

Segundo o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), a coleta de assinaturas não é novidade, pois já havia uma coleta anterior de assinaturas sobre esse mesmo assunto. Para ele, o fato novo da delação abre espaço em meio a toda conturbação que o governo está passando e ajuda a retomar a discussão e pressionar os colegas a assinar. Em que pese o PMDB tenha nove representantes na ALEP, e o deputado Requião Filho (PMDB) seja favorável à cassação de Richa, Veneri não acredita na adesão de todos os pemedebistas.

“Quatro votam com a oposição e os outros votam com o governo, não é simples”, destaca Veneri.

O deputado aposta na pressão sobre o momento em que está passando o governo, como meio de avançar a proposta de investigação, mas ressalta outro problema, a fila de CPIs instaladas. Segundo ele, há cinco comissões na frente e será necessário, além de conseguir as assinaturas, entrar na fila e esperar a conclusão de pelo menos uma das CPIs.

“O momento é delicado, o governo não tem controle sobre nada. Sobre as contas ele delega as decisões para o secretário da fazenda”, afirma Veneri.

Richa massacrou os servidores públicos em 29 de abril para conseguir extinguir a ParanáPrevidência e poder controlar R$ 8,5 bilhões. Sua ação foi contestada pelo Ministério da Previdência e ele fez um acordo para retirar paulatinamente os recursos do fundo e cumprir o pagamento da data-base dos professores. O governador sacou R$ 500 milhões de uma única vez e não cumpriu o acordo com os servidores sobre a data-base.

Não satisfeito em não cumprir a palavra empenhada, na terça-feira (12), por meio de uma nota, o governador encerrou as negociações com os servidores e passou a assediá-los com ameaças de corte do ponto e processo administrativo contra os diretores das escolas. Segundo Veneri, todos esses fatos contribuem para a derrocada do governo.

“Pegar 500 milhões de uma vez, sem cumprir o trato da data-base, isso só fragiliza o governo”, afirma Veneri.

No Senado –Em pronunciamento no Plenário do Senado, o líder do PT na Casa, Humberto Costa, afirmou que “beira o cinismo” a vista grossa do PSDB a Beto Richa. Segundo ele, a denúncia de propina contra o governador tucano é varrida para debaixo do tapete.

“No PSDB, pau que dá em Chico não dá em Francisco. O PSDB faz vista grossa ao governador do Paraná, responsável pelo espancamento de professores da rede pública”, declarou o líder.

Segundo Costa, não se ouve uma única palavra dos líderes do PSDB sobre o tema. Ele denuncia que os tucanos não falam de impeachment de Beto Richa da mesma forma entusiasmada como alguns chegaram a tratar quando o alvo era a presidenta Dilma Rousseff.

“A capacidade de autocrítica do PSDB está no nível do volume morto do Cantareira”, declarou Costa.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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