Obras públicas em São Paulo turbinaram caixa tucano

Planilha de construtora investigada na operação Lava Jato indica repasses ao PSBD e ao senador eleito José Serra

Planilhas apreendidas pela Polícia Federal demonstram que a construtora Queiroz Galvão, empresa investigada pela Operação Lava Jato, vinculava doações ao PSDB e a candidatos tucanos a contratos de obras públicas. Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, publicada neste domingo (15), a empreiteira doou R$ 3,7 milhões ao diretório nacional do partido.

O documento em poder da  PF indica um cálculo de doações que contém o recebimento de pagamentos pela construtora por obras como o Veículo Leve sobre Trilhos da Baixada Santista, o Contorno de São Sebastião e o Consórcio Monotrilho Leste. A planilha ainda faz referência ao senador eleito pelo PSDB, José Serra (SP).

O diretório estadual do PSDB, em nota, tentou desqualificar os documentos apreendidos  que citam seus correligionários.

Para os tucanos, a descoberta da PF é “uma ginástica de blogs sujos pagos pelo governo federal para tirar o foco das investigações que desnudam a gestão petista na Petrobras”, apesar da matéria ser publicada pelo diário paulista.

A estratégia de tergiversar quando as acusações são contra seus parceiros foi repetida por Geraldo Alckmin.

Trensalão – O governador de São Paulo voltou a repetir a ladainha em que coloca o governo estadual como vítima de um “suposto cartel” no Trensalão, escândalo nas licitações nas companhias de trens e metrôs paulistas. Ele ignora o envolvimento de agentes públicos indicados pelo partido. “São Paulo não tem nada, nada comprovado, há uma suspeita de cartel onde o governo é vítima”, disse.

Por conta do escândalo do Trensalão, a Polícia Federal indiciou 33 pessoas e a Justiça Federal determinou, na última sexta, o bloqueio de R$ 614,3 milhões de empresas envolvidas no esquema que operou entre 1998 e 2008, nas gestões tucanas de  Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

Entre os indiciados está o atual presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Manuel Bandeira, mantido no cargo e defendido por Alckmin.

“O doutor Mário Manuel Bandeira entrou no Metrô em 1973. Ele tem 41 anos de serviço público como metroviário. Tenho uma impressão positiva”, afirmou o governador, durante uma inauguração em Diadema (SP), no último dia 6.

Outro inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF)  investiga os deputados Rodrigo Garcia (DEM) e José Aníbal (PSDB) por possíveis irregularidades na contratação de obras do metrô paulista.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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