Padilha comemora os cinco anos de existência do Mais Médicos

Em artigo publicado na Folha de São Paulo, Padilha reforça a importância do Programa Mais Médicos e denuncia o desmonte praticado pelo atual governo

Paulo Pinto/Agência PT

Alexandre Padilha: “Parece que a sangria para vender, que é uma prática e uma postura do ministro Guedes e Bolsonaro, ultrapassa a autonomia dos municípios e ultrapassa qualquer conhecimento em relação ao SUS”

O Programa Mais Médicos está completando cinco anos de existência. Criado em 2013, durante o governo Dilma, tem como objetivo levar atendimento médico de qualidade a parcelas da população que vivem em comunidades do interior e áreas da periferia das grandes cidades. Pesquisas apontam que o programa levou acesso a atenção básica a 63 milhões de brasileiros, ou seja 24,6% da população do país.

Em artigo publicado na Folha de São Paulo, o criador do programa, ministro da saúde no governo Dilma, e atual Vice-Presidente do PT, Alexandre Padilha, falou sobre o compromisso que o Mais Médicos adotou em enfrentar o preconceito e resistência para fortalecer a atenção em uma saúde que tem as pessoas como principal foco.

“O Programa Mais Médicos levou atendimento médico básico de profissionais brasileiros e estrangeiros a milhões de pessoas que não tinham acesso nas periferias das grandes cidades, comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas”, explicou Padilha.

O Programa possuía quatro eixos principais: até 2026 ter 600 mil médicos atuando no Brasil, reforma da formação médica com atenção mais humanitária, investimento de R$5,6 bilhões para reformas, compra de equipamentos e construção de novas unidades de saúde, oferta de 11,5 mil novas vagas para graduação até 2017 e 12,4 mil de residência para formação de especialistas para o SUS.

Segundo um estudo publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde na periferia da Zona Sul de São Paulo, de 2012 a 2016, a percentagem média de Equipes da Estratégia de Saúde da Família que não possuíam médicos passou de 20,9% para -1,8%.

“Fico impressionado quando visito cidades do interior do país e na periferia das cidades e ouço da população que, se não fosse pelos profissionais do programa, talvez não recebessem atendimento médico, sobretudo com o atual cenário de congelamento de recursos para saúde, fechamento de serviços e descompromissos de vários governos municipais e estaduais”, afirmou o ex-ministro.

O atual governo ilegítimo de Michel Temer vem causando uma série de dificuldades para a existência do programa, como  congelar investimentos para a saúde pelos próximos 20 anos. Hoje são 16,5 mil profissionais atuando no Mais Médicos, segundo informações do Ministério da Saúde e mais de sete milhões de pessoas que não contam mais com o atendimento.

Padilha também criticou o corte de parte da estrutura do Mais Médicos que visava a qualificação de profissionais do país e a redução de médicos estrangeiros. “Um dos intuitos do programa era que todos os médicos atuassem por ao menos um ano de residência médica na atenção primária, dentro das Unidades de Saúde, mais perto das pessoas, convivendo na rotina das comunidades”, esclareceu.

O governo de Temer também cortou os investimentos necessários para levar a frente um dos pontos principais do programa, o exame nacional de progresso, que deveria ser aplicado aos estudantes de medicina como forma de avaliar a qualidade da formação e da escola. Hoje o Mais Médicos resiste e existe pelo comprometimento de médicos envolvidos com o programa.

“Em cinco anos do Mais Médicos, devemos comemorar sua ousadia e as mudanças que ele provocou, mas ficar preocupados e alertas pela destruição das suas bases e das ações estruturais pelo atual governo federal”, finalizou.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de São Paulo

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