Para Dilma, maior erro político foi escolha de Temer como vice

Em entrevista a correspondentes internacionais, presidenta eleita fez uma análise sobre o governo e política. Ex-presidente Lula também falou sobre o golpe

Roberto Stuckert Filho/PR

A lei foi sancionada pela presidenta eleita em 2012

A presidenta eleita Dilma Rousseff afirmou, em entrevista à agência “Reuters”, nesta quinta-feira (18), que o maior erro político foi a escolha do nome do golpista Michel Temer como vice-presidente . “Visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente… isso é óbvio”, explicou.

No campo econômico, ela reavaliou a política de isenções fiscais. “Acho que todo o processo que fizemos de redução de imposto beneficiando o setor empresarial não resultou em ganhos para o conjunto da economia.”

Dilma ainda criticou o processo de gravações telefônicas entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela afirmou que em “nenhum país de mundo” é possível gravar um presidente da República sem autorização. “Eu vou me defender”, afirmou a presidenta.

Votos contra o golpe

Em entrevista a um canal de televisão da Inglaterra, Lula disse ter esperança de que Dilma pode conseguir votos suficientes para evitar seu afastamento. “Se a Dilma não conseguir convencer 28 senadores, ela vai estar fazendo um gesto histórico neste País”, afirmou o ex-presidente.

Na entrevista, Lula também afirmou que “a presidenta se deu conta de que o Orçamento tinha diminuído porque ela fez R$ 500 bilhões de desoneração”.

Foto: Paulo Pinto/Agência PT

“De repente, a presidenta demorou ou não percebeu que estava entrando menos dinheiro no caixa e ela foi obrigada a fazer uma proposta de ajuste”, disse.

“Ao invés de o presidente da Câmara (na época, Eduardo Cunha) colocar em votação, ele começou a apresentar pautas aumentando cada vez mais o gasto, contrário àquilo que a presidente deveria fazer”, acrescentou Lula.

Para o ex-presidente, com isso, houve uma perda de confiança. “Os empresários não investiam, o Estado perdeu capacidade de investimento e nós chegamos a isso”.

Questionado sobre um eventual pedido de prisão por conta da Lava Jato, Lula disse que “tem consciência de sua inocência”.

“Vamos aguardar com a maior tranquilidade possível. Eu não sou o primeiro ser humano a ser vítima de um processo de calúnia e não serei o último”, completou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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