Para Mercadante, ‘golpe é conduzido por setor que não aceita a derrota’

Em entrevista ao jornal “O Globo”, ministro da Casa Civil diz que tornou-se alvo dos que querem fragilizar o governo

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aloizio Mercadante: “É só com crescimento, como dizia [John Maynnard] Keynes, que a gente consegue equacionar os problemas fiscais do Estado”

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, criticou as tentativas de golpe contra a presidenta Dilma e disse serem conduzidas por “um setor da oposição que não aceita a derrota”.

“Nós vivemos um terceiro turno que não deveria existir”, disse em entrevista ao jornal “O Glob”,  publicada neste domingo (20).

“Isso não é bom para a democracia”, completou.

Sobre as especulações de que deveria deixar a Casa Civil, Mercadante declarou que é “alvo político evidente pela função” que exerce. “Com as dificuldades que estamos enfrentando e os desafios que temos pela frente, sou alvo especialmente para aqueles que querem fragilizar o governo”, analisou.

A permanência do ministro é apoiada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ser “fundamental” a manutenção de Mercadante diante de uma função “que depende da confiança da presidente”.

“Eu só ficarei se eu tiver plena confiança dela”, assegurou. Ele falou sobre seu papel de preservar a gestão da presidenta Dilma Rousseff. “Meu papel é defender a presidenta e me sinto honrado em poder exercê-lo”, disse.

O ministro declarou também reconhecer as críticas que recebe. “É como o consumidor, o cliente tem sempre razão. Na política também é assim: o eleitor também tem sempre razão, o aliado tem sempre razão, nem discuto qual é a crítica”, disse.

Mercadante falou sobre a reforma ministerial, sobre a recriação da CPMF e o ajuste fiscal. De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, o objetivo da reforma é “fazer uma sinergia que levará à racionalização e economia, onde você pode ter a função de órgãos de competências concorrentes integradas”.

Há ainda a função política: “Queremos uma aderência entre parlamentares e ministros de cada partido”, explicou.

A CPMF, segundo o ministro, é necessária. “Neste momento, precisamos enfrentar as dificuldades. Quanto mais rápido ajustarmos as contas, mais rápida vai ser a queda da taxa de juros, da inflação, e mais rápido retomaremos o crescimento”.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

PT Cast