Para Wadih, morte de Marielle mostra a farsa da intervenção

“A morte de Marielle se torne um impulso da luta contra o extermínio da população pobre e negra no Brasil, da violência contra a mulher”

Gustavo Bezerra

Deputado Wadih Damous na tribuna da Câmara

O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira (15) que o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) na noite de quarta-feira, juntamente com o motorista Anderson Gomes, deve servir de alerta para a sociedade brasileira reagir com firmeza à escalada da barbárie e do fascismo no País.

“Neste momento de dor, devemos todos nos mirar no exemplo e na trajetória de vida de Marielle e reunir forças para resistir, o medo não pode nos paralisar”, afirmou o deputado, que integrará a Comissão Externa da Câmara dos Deputados que vai acompanhar as investigações sobre o crime.

Na opinião de Wadih, a execução de Marielle não pode ser em vão, pois ela atuava de forma exemplar na luta por uma sociedade sem preconceitos, mais justa, solidária e com justiça social. “Podem querer nos tentar calar com atos bárbaros como a execução de Marielle, isso é típico do fascismo. Mas em todo o mundo onde o fascismo surgiu, foi enfrentado e derrubado com a resistência dos democratas e progressistas. Hoje, mais do que nunca os brasileiros precisam resistir”.

Trajetória

“Que assim como a vida, a morte de Marielle se torne um impulso da luta contra o extermínio da população pobre e negra no Brasil, da violência contra a mulher e contra o fascismo que já se instalou por aqui”, disse Wadih. “Que essa trajetória de vida belíssima nos sirva de exemplo e coragem para seguir lutando e que a indignação contra essa tragédia possa servir para alterar essa lamentável conjuntura.”

Para Wadih, a morte trágica de Marielle, que nasceu na favela da Maré, mesmo local que ficou sob intervenção do Exército por quatorze meses, ao custo de R$ 400 milhões, pode significar um ponto de inflexão e mudança de rumo do crescente processo de retrocessos institucionais, que tem se refletido no aumento da violência contra militantes na defesa dos direitos humanos e de causas sociais.

“A sociedade brasileira é desinformada, tem traços escravagistas e de autoritarismo muito fortes, disso vem a perseguição a militantes dos direitos humanos”, observou.

Mestrado – No caso específico de Marielle, que tinha 38 anos, Wadih lembrou que ela contrariou o destino que é reservado aos humildes, negros e moradores de comunidades dos morros do Rio. Em 1998, Marielle teve a sorte de frequentar o primeiro curso pré-vestibular comunitário na Maré, formou-se socióloga pela PUC/RJ, com mestrado pela Universidade Federal Fluminense, comentou o parlamentar.

“É daquelas histórias de vida que contrariam o destino traçado e imposto por uma sociedade cruel, assentada sobre a exploração de classe, formada sob a lógica do consumo e que oprime, mata e estraçalha vidas humanas sem qualquer pudor”, disse.

O parlamentar do PT fez questão de dizer que a morte de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes devem ficar na “cota da política desastrosa de Temer, Moreira Franco, Rede Globo e outros deletérios personagens da atual quadra da vida brasileira que, ao mesmo tempo em que aprofundam fossos sociais com a retirada criminosa de direitos de milhões de pessoas, irresponsavelmente tentam transformar a tragédia social do Rio de Janeiro em caso de espetacularização midiática”.

Para Wadih, as execuções do dia 14 de março “retiraram o véu que tenta encobrir a farsa da intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro e farão refluir o discurso do ódio que prega a morte, praticado por protofascistas como Bolsonaros e outros trágicos exemplos desses tempos”. Mas alertou: “Refluirá por alguns dias apenas, no entanto, se não formos capazes de transformar a indignação em ação.”

Por PT na Câmara

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