Paranaenses pedem o impeachment de Beto Richa

Insatisfeitos com a gestão do governador, grupos se movimentam para fazer pressão na Assembleia Legislativa do estado

Orlando Kissner/ ANPr

Beto Richa

Uma petição, assinada por servidores, estudantes e juristas, destinada ao presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, pede o impeachment do governador do Paraná Beto Richa (PSDB) pelo massacre aos professores durante manifestação, no dia 29 de abril.

O idealizador, o advogado e professor universitário Tarso Cabral Violin, foi um dos mais de 300 feridos no dia da manifestação.

Em um julgamento moral realizado na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), juristas de todo o Brasil, após ouvirem o advogado de Richa, concluíram que o governador é o responsável pela agressão contra professores, estudantes e servidores.

“Inicialmente, eu entraria com a ação sozinho, mas logo que ficaram sabendo da ação juristas, advogados e professores também quiseram assinar e tive que criar a petição online”, explica Tarso Violin. O documento conta hoje com mais de duas mil assinaturas.

Segundo o advogado, caso seja aceito pelo presidente da assembleia e aprovado pelos deputados na Câmara Legislativa do Paraná, o pedido de impeachment deve demorar até ser concluído. O processo precisa ser entregue a assembleia na próxima segunda-feira (25), às 13h30.

“Estamos confiantes. O governador Beto Richa sempre teve a maioria absolutíssima na Câmara, mas com o que aconteceu com a greve dos professores e a agressão ele perdeu grande parte do seu apoio”, afirma. Cerca de 20 deputados votaram contra o acesso do governo a previdência dos professores. “Ele está em vias de perder a grande maioria na Casa”, afirma Violin.

Outra petição na internet, assinada pelos cidadãos paranaenses, pede pela realização “urgente” de um plebiscito que decida pelo impeachment do governador.

O deputado federal Enio Verri (PT-PR) diz que é importante a população paranaense mostrar sua indignação contra as ações do governador. De acordo com ele, se os movimentos sociais e a população continuarem desaprovando as ações de Richa, ele não deve suportar a pressão.

“A soma de denúncias contra ele e contra sua esposa crescem a cada dia. Estou em Maringá, cidade do Paraná, com 500 servidores públicos na Câmara Estadual, que pedem o impeachment do governador por conta da propina que ele recebeu para sua campanha de reeleição”, afirma.

Segundo o deputado, quando Richa foi reeleito, dos 54 deputados da Assembleia Legislativa, apenas seis eram da oposição. Atualmente, o número é quase quatro vezes maior.

“Com a recusa do governador de reajustar o salário dos servidores de acordo com a inflação, o partido que forma a base aliada do PSDB, o PSC, disse que não vai votar nenhuma lei enquanto eles o reajuste não for dado. Com isso, ele corre o risco de ter 30 votos contrário”, explica.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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