Parlamentares petistas criticam ação midiática da PF na sede do PT

Para petistas, operação de busca e apreensão com policiais fortemente armados foi uma forma de sensacionalizar as ações contra o partido

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Parlamentares do Partido dos Trabalhadores criticaram, nesta quinta-feira (23), a ação midiática de busca e apreensão realizada na sede nacional do partido em São Paulo. Em nota, o PT afirmou que “nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos“.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) destacou que essas ações só existem porque os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta eleita Dilma Rousseff estabeleceram autonomia para a Polícia Federal.

Ele criticou, também, o tom de espetacularização dada à operação da manhã desta quinta. “Para cumprir mandato de busca e apreensão na sede do PT, se vê policiais federais vestidos como se fossem fuzileiros navais, com fuzis e armas de grosso calibre. Qual é o sentido de, para cumprir mandato de busca e apreensão de computador e coisas assim, montar uma operação de grande monta?”

Para ele, a razão é produzir fotos e imagens que servirão para a disputa política. “Não se vê esse espetáculo quando o alvo prioritário é o PMDB, que teve seu presidente de honra, do Senado e da Câmara denunciados num esquema de milhões de dólares e contas no exterior”.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ) também criticou o tom midiático dado à operação. “Um fato inquestionável sobre as notícias do dia: querem destruir o PT a qualquer custo. Utilizam o aparato policial para enriquecer o espetáculo político e midiático contra o PT”, disse.

Já o senador e líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA), destacou que a operação contra o PT surge exatamente quando aparecem denúncias claras contra os adversários do partido.

“(Após todas as denúncias contra adversários) Moro volta com tudo e prende…. gente do PT e cerca o prédio da sede nacional do PT, com transmissão ao vivo da Rede Globo”, afirmou.

De acordo com o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a ação da PF foi comandada pelo presidente golpista Michel Temer. “O objetivo da ação é tentar ocultar os crimes dessa camarilha que tomou o poder. Por que não se investiga e não se vai a fundo nas denúncias que chegam no próprio presidente golpista Michel Temer? Que chegam no PSDB?”.

O parlamentar também afirmou que a ação tem relação com o ministro golpista da Justiça Alexandre de Moraes. “Se fez e se coordenou mais uma ação da Polícia Federal com o objetivo de atingir o PT”, afirmou.

Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a ação se dá no momento em que o povo brasileiro começa a entender em detalhes as ações que resultaram no golpe político. Segundo ela, há uma perseguição contra o PT e os movimentos populares e lembra que a ação se deu logo depois que Alexandre de Moraes visitou operadores da Operação Lava Jato em Curitiba.

“A mídia (que faz parte do golpe) divulga freneticamente que prenderam membros do PT, inclusive pessoas muito próximas da presidenta Dilma, que cercaram o MST em Goiás, que invadiram a sede nacional do PT e que levaram coercitivamente o Leonardo Attuch, diretor responsável do jornal digital 247. Motivo: A intimidação se eleva com a proximidade da votação no Senado, o que pode resultar na volta legítima da presidenta Dilma”, afirmou Benedita.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) resumiu a sensação de muita gente ao ver a imagem de policiais federais fortemente armados na porta da Sede Nacional do PT, em São Paulo: “Fuzileiros na porta de uma sede fechada, às 6 da manhã. Investigação ou pose pra foto?”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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