Petistas pressionam para Congresso concluir votação dos vetos presidenciais

Para parlamentares, manutenção de todos os vetos analisados é uma demonstração de força da base e do governo

Foto: Lula Marques/Agência PT

Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) comemoraram a manutenção, no Congresso, de todos os 26 vetos presidenciais analisados na sessão plenária de terça-feira (22). A base se articula para votar os seis vetos que faltam ainda este mês.

O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), anunciou nesta madrugada, logo após o fim da sessão de quase seis horas, que vai se reunir nesta quarta-feira (23) com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir uma nova sessão o mais breve possível.

“Vamos conversar sobre a possibilidade de convocar. Temos que tirar isso aí da frente. A ideia é a acelerar o que falta dos vetos. Temos projetos que estão dependendo da votação dos vetos”, afirmou ao G1.

Entre os vetos não votados está o projeto de reajuste salarial do Judiciário em até 78%, a depender do cargo. Se for derrubado, o impacto dos aumentos será de R$ 36,2 bilhões até 2019.

Delcídio avaliou que a sessão de terça deixou clara a capacidade do governo. “Para quem duvidava que a gente avançasse, hoje demos uma demonstração de força”, disse.

“Os números mostraram que nós íamos concluir os vetos. Mas agora, pelo avançado da hora, tivemos um problema de quórum”, acrescentou à Agência Brasil.

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a vitória é do Brasil. “Aqui, não estava em questão o governo ou a oposição. Estava em questão a responsabilidade com o País e com o equilíbrio fiscal das nossas contas”, defendeu, em matéria publicada no site oficial do parlamentar.

“Foi nesse sentido que muitos oposicionistas, sensibilizados com a situação, se posicionaram pela manutenção dos vetos”, complementou. Costa analisou que não há nada a comemorar. “Temos muito trabalho pela frente”.

O senador creditou a aprovação dos vetos à articulação política entre o Executivo e a base no Congresso. Para ele, essa é uma demonstração ao mercado financeiro dos esforços do Brasil para atingir o equilíbrio fiscal.

“Acredito que, até que se realize a próxima sessão do Congresso, nós conseguiremos afinar, ainda mais, o nosso diálogo para manter os demais vetos que restaram na pauta”, explicou.

Em coletiva após o término da sessão, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), declarou que “a base se mostrou segura da responsabilidade que tem com o País e a oposição entrou em obstrução porque sabia que perderia”.

Vetos mantidos – Os parlamentares mantiveram o veto à proposta que acaba com o fator previdenciário e estabelece a regra 85/95 para aposentadorias, que oneraria os cofres públicos em R$ 132 bilhões até 2035.

A proposta de isenção do PIS/Cofins para o óleo diesel, vetada pela presidenta Dilma Rousseff, também não passou. O custo seria de R$ 64,6 bilhões até 2019.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou à coluna da Mônica Bérgamo, do jornal ‘Folha de S. Paulo’, que a votação “foi o primeiro teste do governo, de temas muito polêmicos com pressão social imensa”. “E o governo passou”, avaliou.

“As duas Casas mostraram que o governo tem a maioria. A base governista estava insegura, mas pagou para ver e ganhou”, declarou.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

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