Pimenta: Vamos levantar a voz em defesa de Lula e da democracia

“Não bastam a condenação arbitrária, a prisão solitária e a destruição de seu legado, querem é a morte de Lula, querem ver Lula morto em Curitiba”, afirmou

Gustavo Bezerra

Paulo Pimenta na tribuna da Câmara

A nova denúncia infundada contra Lula, desta vez sob o arbítrio do Ministério Público Federal de São Paulo, escancarou ainda mais a perseguição política para tirá-lo da vida pública e enterrar o imenso legado deixado durante o seu governo. Mas, enquanto o ex-presidente for mantido como preso político, haverá luta, declarou o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta. “Não bastam a condenação arbitrária, a prisão solitária e a destruição de seu legado, querem é a morte de Lula, querem ver Lula morto em Curitiba”, afirmou o parlamentar nesta terça-feira (27).

Para impedir mais um crime contra o ex-presidente, Pimenta anunciou a retomada de uma grande campanha internacional de denúncia e mobilização pela liberdade de Lula. “Nos dias 10 e 11 de dezembro teremos um encontro com personalidades do mundo inteiro e vamos manter a pauta aqui nesta casa o tema”, revelou.

Amparado por uma série de acontecimentos que comprovam os malabarismos jurídicos criados contra o ex-presidente, Pimenta traçou espécie de cronologia dos fatos que detalham as verdadeiras intenções por trás do cárcere do ex-presidente.  “Lula é um preso político. Mesmo aquelas pessoas que ainda tinham alguma dúvida sobre isso, que nutriam alguma ilusão sobre os reais motivos que fizeram que nos últimos anos Lula tenha sido perseguido como foi, deixaram de ter essas dúvidas quando o juiz Sérgio Moro aceitou ser ministro do presidente eleito”, detalhou.

Para o parlamentar, as intenções políticas do juiz ficaram evidentes quando o próprio vice do candidato eleito deixou escapar que a sua escolha para o Ministério da Justiça já havia sido definida em caso de vitória de Jair Bolsonaro. “Hamilton Mourão sem constrangimento algum confirmou que Moro havia sido convidado antes mesmo de Bolsonaro ser eleito. Isto nos permite afirmar que quando Moro autorizou de maneira ilegal na semana da eleição o vazamento da delação de Palocci fez isso sabendo que este seu ato teria repercussão eleitoral e que estava ajudando a campanha daquele que já havia aventado a possibilidade de lhe conceder ministério como prêmio”.

Moro, prossegue o parlamentar, fugiu da longa mão da lei. “Ele não teve seu processo julgado sobre a interceptação ilegal do telefone de uma presidenta da República por um juiz de primeira instância, da condução coercitiva de Lula, por ter desrespeitado um habeas corpus, por ter vazado a delação de Palocci e por ter aceitado um cargo de ministro quando ainda estava no cargo”.

Riscos sérios a Lula

Sobre a decisão do MP de São Paulo de denunciar Lula por supostas irregularidades por um fato que ocorreu quando ele já não era presidente, alegando suposta interferência indevida, o líder do PT na Câmara acredita que seja algo que só pode ser compreendido dentro de um contexto maior.

“Lula é vítima de uma ação perversa e sórdida que tem objetivos muito claros: bani-lo da vida pública. Não só no sentido simbólico da sua representação política, mas também como homem. Trata-se de um peça infundada e absurda. Eles alegam que Lula explorou seu prestígio para que fossem concedidos doações ao Instituto Lula e que isso certamente fosse um ato ilegal.

Pimenta lembrou do tratamento dado pelo Judiciário aos institutos de outros ex-presidentes. “Quando Fernando Henrique Cardoso estava concluindo seu mandato realizou uma atividade que na época ficou conhecida como a Noite de Gala, com vários empresários brasileiros. Naquela noite FHC anunciou que passaria três meses no exterior e os empresários criaram um fundo de R$ 7 milhões de reais (R$ 18 milhões hoje). Questionado, Rodrigo Janot disse que FHC estava tratando do futuro. Não do presente”, relembrou, numa evidência inquestionável de que, quando se trata de Lula, a Justiça tem suas próprias regras.

A defesa de Lula chegou a solicitar Moro analisasse as doações feitas ao instituto de FHC,  mas Moro negou. “Bastasse que ele analisasse as contas das empresas que ficaria provado que estas empresas que financiam institutos de ex-presidentes como Bill Clinton, Al Gore, FHC têm a mesma relação que se estabeleceu no país para a criação do instituto do maior presidente que o Brasil já teve. Isto é criminoso. É perverso. É parte de um projeto de poder em que Moro é a parte mais conhecida, mas que com certeza tem engrenagens que vão muito além das fronteiras do nosso país”, concluiu.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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