Políticas do PT ajudaram a formar geração de intelectuais negros

Escritores, pesquisadores e professores universitários começam a se projetar no mercado e trabalham para consolidar a democratização da academia

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A escritora Ana Paula Lisboa: bolsa do ProUni garantiu acesso à universidade

Com o ProUni, a expansão do Fies e a consolidação das políticas afirmativas, a cara da universidade mudou. Formou-se nesses anos uma nova geração de intelectuais negros, que hoje apresenta uma ampla produção cultural e acadêmica.

São escritores, pesquisadores e professores universitários que começam a se projetar no mercado. Muitos deles são os primeiros da família a conquistar o diploma, como mostra reportagem do jornal O Globo.

No domingo (11) a  Feira Literária das Periferias (Flup) teve uma mesa só com autores com essa mesma trajetória. A escritora Ana Paula Lisboa, formada em Letras com uma bolsa do ProUni, se inscreveu no programa em segredo e só contou aos pais quando tinha o resultado. “Eles achavam que eu ia terminar o ensino médio e acabou”, contou ao jornal.

Ex-atendente de shopping, Tatiana Brandão diz que não teria conseguido se formar sem as cotas, em grande parte pela rotina que lhe garantia só 5 horas de sono. Hoje dedicada à formar lideranças entre outros jovens negros, ela foi tema de uma exposição sobre mulheres negras e poder em Nova York.

Além de quebrar o mito do desempenho – pesquisas mostram que os beneficiados por pontuam igual ou melhor que os colegas no Enade – esses alunos exigem mais da universidade e agora buscam aprofundar a democratização desse ambiente. Se por um lado há cada vez mais turmas e cursos com mais alunos negros, a bibliografia, ainda dominada por autores brancos e centrada na produção intelectual europeia.

“Esses estudantes chegam com vontade, com o pensamento crítico afiado, conectados com o mundo e com as redes, estimulando professores a reverem seus planos de curso”, explicou a professora Fátima Lima, do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais da Cefet/RJ e do Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Linguística Aplicada da UFRJ, também ouvida pela reportagem.

Da Redação Agência PT de Notícias, com informações do jornal O Globo

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