Por Lula, mais de 15 mil pessoas permanecem em vigília no ABC

Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo é palco de ato com movimentos populares, lideranças políticas e religiosas em defesa do ex-presidente

Vangli Figueiredo/CIRCUS da Ubes

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC recebe ao menos 15 mil pessoas em defesa de Lula

A convocação geral para a vigília em defesa ao ex-presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, chegou ao segundo dia com ao menos 15 mil pessoas que seguem mobilizados para defender a liberdade do ex-presidente Lula.

Durante a tarde, a presença de representantes de diversas religiões, partidos políticos, movimentos sociais e estudantis deram início a uma série de pronunciamentos, tanto para denunciar a arbitrariedade da decisão do juiz Sérgio Moro ao decretar a prisão de Lula quanto para lhe demonstrar apoio e solidariedade diante da nova perseguição política que vem sofrendo desde o golpe de 2016.

A presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, resumiu com precisão a postura a ser seguida nos próximos dias. “Não espere que a gente caminhe para o brete de cabeça baixa, como em um matadouro. É aqui que estamos e ficaremos para mostrar ao Brasil a nossa luta”

Sobre o prazo estipulado para que Lula se entregasse, Gleisi explica que “Moro deu a opção de Lula ir a Curitiba, mas ele escolheu ficar em um endereço público. Resolveu ficar no lugar símbolo de resistência e luta dos trabalhadores e trabalhadoras”.

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (PT-SP) foi na mesma linha. “O Lula não está escondido. O Lula está num lugar público e o Brasil o mundo sabem onde ele está.

“A nossa forma de demonstrar o nosso compromisso com Lula e com o Brasil é fazer aqui uma grande vigília para mostrar ao mundo que ele está aqui e não está sozinho”.

Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT no Senado, fez questão de criticar um dos grandes responsáveis pela crise institucional pela qual passa o Judiciário brasileiro: Sérgio Moro. “Ele quis prender Lula na véspera da missa de 1º ano da morte de Dona Marisa. Além de um juiz fora da lei, é um sádico”.

“Impeachment sem crime, condenação e prisão sem provas! Até quando pensam que os trabalhadores aceitarão tanta perseguição contra seus líderes? Se eles queriam matar Lula politicamente, eles estão transformando-o em um gigante, um mito!”.

Todos com Lula

Uma das primeiras a falar foi a deputada federal Luiza Erundina (Psol), que teve participação marcante na fundação do PT nos anos 1980, época em que começou relação de amizade e respeito com o ex-presidente Lula.

“Não há obstáculo que impeça que eu esteja aqui junto com o meu povo para defender o Lula. Lula está sendo vítima de uma perseguição porque é nordestino. Por isso que eles nao gostam da gente, porque somos ousados”.

“O Lula da origem que teve veio a São Paulo, teve coragem, ousadia e confiança para disputar o poder, primeiro a sindical, depois o político. E eu tenho orgulho de ter fundado um partido com ele.”

O deputado federal Vicentinho (PT-SP), que era o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos na época em que Lula estava na mira da Ditadura Militar por lutar pelas causas dos trabalhadores também deu o seu recado aos que tentam voltar ao poder por caminho antidemocrático.

“Eu fui presidente deste sindicato que produziu o melhor presidente da história do Brasil. E não é possível o supremo que tem o dever de cumprir a constituição seja o primeiro a desrespeita-la. Quando o estado é o opressor o oprimido tem o direito à desobediência civil. É por isso que estamos com Lula.

“Quando chegou a notícia, eu confesso que fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Eu quis confortar o presidente Lula, mas foi ele quem me confortou.”

Apesar de jovens, os líderes de movimentos estudantis mostraram que têm experiência de sobra para fortalecer a luta pela democracia no Brasil. Carina Vitral, presidenta da União da Juventude Socialista (UJS): foi direta ao ponto fundamental da mobilização: “Prender o Lula é uma tentativa de enfraquecer as nossas ideias.  Porque o que ele representa é a ideia de que o povo tem direito neste país.

“É por isso que estarmos aqui hoje é para demonstrar que vai ter luta, vai ter resistência. É o momento de. Gente se organizar para defender o Sindicato. Nós estamos unidos e firmes”. 

Aos 17 anos, o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Gorki, já sabe que tomar partido é fundamental quando a liberdade de um povo está sob ameaça. “A indiferença é um peso morto na história. E a história brasileira não perdoa quem está em cima do mudo.

“Se pensaram que a fotografia da história seria Lula se entregando se enganaram. Porque o Brasil é muito maior do que qualquer juiz. E hoje nós diremos: todo poder para o povo que vai decidir o seu futuro nas eleições.”

A presidenta da União Nacional dos Estudantes da (UNE), Marianna Dias, diz que é por liberdade que o Brasil grita.  “Este dia a nossa voz nao será calada. Se essa prisão for de forma violenta nós vamos resistir. O presidente estará seguro nos braços do povo.”

O deputado federal Ivan Valente, do Psol, lembrou do que dizia Che Guevara em seu discurso. “Todos aqueles que conseguem perceber uma injustiça têm que se indignar. Esta frase é de Ernesto Che Guevara. Estamos aqui porque estamos indignados contra o arbítrio. Estamos aqui pela liberdade de Lula”.

A pré-candidata à presidência Manuela D’Ávila pelo PCdoB lembrou da missão por trás da mobilização. “A nossa tarefa é de maneira pacífica permanecer aqui em vigília. Porque o lugar do povo que luta pela democracia e pela liberdade de Lula é aqui no sindicato.”

O presidente da CUT, Vagner Freitas, também elogiou a força do povo. “Vocês são homens e mulheres maravilhosos por demonstrar essa resistência. Ninguém está amoitado, escondido. A orientação é continuar a luta e garantir a luta para manter o Lula livre”.

O também candidato à presidência pelo Psol, Guilherme Boulos lembrou da história de luta no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Ver a frente deste sindicato tomada porque há quase 40 anos este lugar também foi palco de resistência. Hoje novamente São Bernardo é a capital da resistência democrática deste país.

“Nós não estamos descumprindo ordem de ninguém até porque quem rasgou a Constituição foi quem condenou sem provas. Nós estamos aqui para garantir a Constituição”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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