Por que Bolsonaro não discute a Previdência dos militares?

Pensões militares e militares reformados representam 16% dos gastos previdenciários do país

O governo Bolsonaro tem discutido uma reforma da Previdência que promete ser ainda mais nefasta e agressiva do que a proposta por Michel Temer. A mudança, encabeçada por Paulo Guedes — ministro da Economia e quem, de fato, toma as decisões — estipulou idade mínima de 65 anos para homens e 63 anos para mulheres, entre outras mudanças drásticas.

Mas, propositalmente, Bolsonaro e seu clã advogam em causa própria e não discutem um grupo importante nesta reforma: os militares. A exclusão desse grupo na reforma beneficia Jair e muito de seus “amigos particulares”.

Se a reforma da Previdência é primordial para a economia do país qual o motivo de Bolsonaro não incluir os militares na discussão?

Segundo o relatório “Aspectos Fiscais da Seguridade Social no Brasil”, publicado em no dia 9 de julho de 2018 pelo Tesouro Nacional (a última pesquisa sobre o tema), os militares são responsáveis por R$ 34,1 bilhões no déficit da previdência no país.

O relatório aponta que “o gasto com pensões e reformas dos Militares apresenta descompasso muito grande entre as receitas”. Esse valor é dividido entre: militares reformados, que consomem R$ 19,7 bilhões (o equivalente a 9% da Previdência) e pensões militares, que correspondem a R$ 14,3 bilhões (7% dos gastos previdenciários). Os dois montantes são responsáveis por 16% da Previdência no Brasil.

Em outro levantamento de dados previdenciários, publicado também em 2017 pelo TCU (Tribunal de Contas da União), uma das conclusões a que se chega é a de que uma das deficiências na gestão é porque tem “pouca transparência dos gastos com militares inativos.”

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo publicado nesta quinta-feira (10), o rombo para pagar aposentadoria de militares cresce mais que o do INSS. Enquanto os gastos com os servidores civis da União registrou um aumento de pouco mais de 5%, o déficit com militares na Previdência subiu 12,85%.

Alan Ghani, mestre e doutor em finanças pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), defende, em uma publicação do InfoMoney publicada nesta sexta-feira (11) que os militares precisam participar da reforma.

Da Redação da Agência PT de notícias

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