Por que mesmo com a proposta do governo a paralisação continua?

De braços cruzados pelo 5º dia, maioria dos caminhoneiros não aceita proposta e mantém movimento até que o governo atenda as reivindicações da pauta

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Movimento abarca caminhoneiros autônomos, empresas transportadoras e de logística

O acordo anunciado pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) não previa a interrupção imediata da paralisação dos caminhoneiros, por isso o movimento continua e os impactos são sentidos por toda a população brasileira. De braços cruzados pelo quinto dia consecutivo, uma parcela considerável dos caminhoneiros, que está mobilizada desde a segunda-feira (21), alega que as propostas não contemplaram a pauta de reivindicação e decidiram manter o movimento.

Os representantes da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), que dizem representar cerca de 600 mil caminhoneiros, abandonaram a reunião no meio da tarde de ontem antes que se chegasse a um acordo. O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, disse que a paralisação será mantida até que seja aprovada e sancionada a lei que desonera o diesel do PIS/Cofins e da CIDE.

Em nota à imprensa, a Abcam, em conjunto com cinco Federações filiadas, repudiou o acordo realizado entre governo federal e as outras entidades representativas do transporte rodoviário.

Em nome de outras entidades presentes na negociação, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informa, por meio de nota, que os grupos “jamais aceitaram as pressões para suspender a paralisação” e que se comprometeram apenas em apresentar a proposta aos caminhoneiros paralisados nas rodovias para que cada local decida se suspende por 15 dias a mobilização.

“O documento com o governo só foi assinado para garantir que o governo manteria aquelas propostas caso a categoria as aceitasse. Nosso papel é o de levar as propostas da categoria para que cada grupo de manifestantes decida”, diz a entidade.

O acordo entre o governo golpista e lideranças dos caminhoneiros foi anunciado na noite desta quinta-feira (24), no Palácio do Planalto. Na reunião, que durou mais de 20 horas, o executivo pediu uma trégua à categoria se comprometendo, entre outros itens, a manter a redução de 10% no valor do óleo diesel a preços na refinaria, já praticados pela Petrobras, nos próximos 30 dias, com compensações financeiras da União à Petrobras.

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No início da tarde desta sexta-feira, o governo federal autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam liberadas pelo movimento.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, é inaceitável que o governo recorra à violência, ameaçando utilizar o exército para reprimir um movimento que tem reivindicações justas e que dialogam com as necessidades da população.

“Essa situação só chegou a esse ponto por conta da incompetência do governo em negociar seriamente com os manifestantes quando enviaram a pauta de reivindicações.”

Para Vagner, a solução a esse impasse deve ser alcançada pacificamente. “O governo deve sentar à mesa e negociar com seriedade, respeitando todos os representantes dos movimentos.”

Em nota, a CUT reforçou o apoio aos caminhoneiros e exige que o governo golpista mude a política de preços da Petrobras que acompanha as cotações internacionais do barril de petróleo e do dólar.

“A CUT apoia a paralisação nacional dos caminhoneiros, que estão realizando um movimento legítimo e justo pela redução dos preços do óleo diesel, e exige que o governo mude sua política de preços dos combustíveis que tem provocado aumentos abusivos também no gás de cozinha e na gasolina”, diz trecho da nota.

Da CUT

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