PR: Richa quer retirar R$ 8 bi do Fundo Previdenciário

Medida ampliará os problemas financeiros do governo nos próximos anos, segundo especialistas

O governador do estado do Paraná, Beto Richa (PSDB) confirmou, em entrevista à imprensa que vai retirar R$ 8 bilhões do Fundo Previdenciário do Paraná. Em meio à crise econômica e política que assola o estado, o assunto tem causado chamado a atenção nacional. Após ser reeleito e dizer que as dívidas estavam sanadas, o tucano enfrenta uma concreta situação de greves de servidores públicos e caos nas finanças governamentais.

Questionado sobre possível estelionato eleitoral, Richa se esquivou.  “Ninguém me perguntou se eu ia mexer na previdência”.

Diante da penúria que enfrenta a gestão do tucano, retirar os bilhões da poupança previdenciária seria a solução emergencial para pagar servidores públicos aposentados e na ativa com salários atrasados. No entanto, a proposta parece não ser solução.

“Caso o governo mexa no Fundo Previdenciário nós continuaremos a greve”, afirma o professor Nelson Antonio da Silva, secretário de Organização  da Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná.

Mais de 30 mil professores da rede pública de ensino estadual estão em greve há três semanas, por motivos que vão desde pagamentos atrasados à discordância com os projetos de lei do chamado “pacotão”proposto pelo Executivo local.

“Queremos que o governo se comprometa a não mexer na previdência. Isso trará apenas um alívio momentâneo e depois a bomba vai explodir no próximo governo”, protesta Nelson.

O professor de economia da Universidade Estadual do Paraná, Sérgio Maybuk, enfatiza que retirar o dinheiro do fundo previdenciário e colocar no fundo financeiro, onde o governo pode mexer a qualquer hora, não é uma boa ideia por comprometer o futuro do estado, segundo ele.

“Os 8 bilhões serão consumidos em três anos no máximo e depois virá o problema”, diz.

“Sem contar que, pela lei atual, ele não pode mexer no fundo”, explicou.

Em entrevista à Carta Capital, Renato Follador, ex-secretário de Previdência e idealizador do fundo previdenciário afirmou que essas medidas causarão mais problemas financeiros ao estado.

“Tenho pena do próximo governador. Essa medida vai desestabilizar totalmente as finanças. Se hoje não há recursos para pagar a folha, imagine daqui a três anos, quando houver mais 20 mil beneficiários?”, indaga.

Por Priscylla Damasceno, da Agência PT de Notícias

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