Preços da construção registram desaceleração de 65% em julho

Mantida a tendência, redução de custos quase generalizada entre junho e julho deve impactar para baixo os índices de inflação

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou nesta terça-feira (28) a redução de 64,17% na taxa que mede os custos da construção civil entre junho e julho. No período, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) foi reduzido a um terço do valor inicial: caiu de 1,87%, em julho, para 0,66%, no mês de junho.

Essa queda nos custos do setor reflete a retração temporária na atividade da construção civil e abre caminho para processo de desaceleração nos indicadores de inflação setorial. Para o mercado, nada melhor que uma boa sinalização de que os preços no segmento estão em queda, pois isso deve se refletir na inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA.

O INCC-M é um dos três componentes de cálculo do índice geral de preços do mercado (IGP-M), que indexa contratos na área de habitação no reajuste de parcelas do financiamento, entre o momento da compra e o recebimento do imóvel. Seu cálculo se baseia em coleta de preços no período de 30 dias entre o dia 21 do mês anterior e 20 do posterior.

A deflação no setor deve servir como componente para redução dos custos gerais na economia. Mais que isso, a queda e estabilização dos preços ajudam a abrir o caminho à retomada das compras assim que as condições econômicas mostrarem cenário mais otimista e favorável ao consumidor.

Outro grupo de preços da construção, o índice de materiais, equipamentos e serviços, também mostrou a mesma tendência de queda e ficou 63,3% menor ao variar de 0,17% em julho para 0,47% em junho. O indicador que mede o custo da mão de obra registrou cenário semelhante aos outros dois, ao cair de 3,16% (julho) para 1,1% (junho) – redução de 65,19%.

O grupo de materiais e equipamentos também teve queda no período, de 71,7%: de 0,53% baixou para 0,15%. Mas foi o subgrupo materiais para estrutura que mostrou maior desaceleração ao cair de 0,3% para -0,07%, mais de 75%.

A parcela relativa a serviços foi das que menos caiu (1,15%): passou de 0,27% em junho, para 0,23% em julho. Mas a FGV destacou nesse grupo a desaceleração do subgrupo refeição pronta no local de trabalho, que mostrou redução de 1,26% (julho) para 0,62% (junho) – ou 50,8% de queda.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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