Pressão popular nas ruas e redes sociais repercutem no Congresso

Mobilizações de trabalhadores de todo o Brasil fizeram deputados retirarem proposta polêmica da de pauta votações

As mobilizações de quarta-feira (15) foram decisivas para o adiamento da votação dos destaques ao Projeto de Lei 4330, que dispõe, entre outros pontos, sobre a terceirização da atividade fim de empresas. É o que defende o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE). Para ele, o Plenário não quer votar às escuras matérias de tamanha complexidade e grandes mobilizações sociais, como a paralisação nacional promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), ampliam a repercussão da vontade popular no Parlamento.

“Fruto dos movimentos nas ruas, o requerimento de adiamento foi acolhido pela Câmara”, destacou Guimarães, em relação ao PL da Terceirização.

O líder afirma que o adiamento foi fruto do acolhimento de uma proposta apresentada pelo PT para que a discussão sobre o PL 4330 seja feita entre os empresários, o governo, as centrais sindicais e o Congresso Nacional.

“É uma matéria que afeta milhões de trabalhadores e a economia nacional. Não pode ser votada às pressas”, lembrou Guimarães.

Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a voz das ruas se fez sentir no Plenário. Segundo ela, o trabalhador mostrou que tem força em torno de uma causa, mas que a mobilização deve continuar para derrotar o projeto, tanto na Câmara quanto no Senado, bem como para apoiar a Presidenta Dilma Rousseff a vetá-lo, caso seja aprovado no Congresso.

“O texto cria situações de semi-escravidão. O PT, em todas as fases desse processo esteve e estará ao lado da CUT e dos trabalhadores”, destacou Rosário.

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que o PL 4330 não pretende regularizar e proteger 12 milhões de trabalhares, mas colocar 35 milhões de trabalhadores em situação precária de terceirizados, afirmou durante a mobilização.

Na manhã desta quinta-feira, Freitas postou mensagem informando que o PSDB vai liberar seus 52 deputados federais para votarem como quiserem o PL 4330. De acordo com o dirigente, o argumento deles é que estudaram melhor e tema e são sensíveis às pressões das redes sociais.

“A militância nas ruas, explicando para o povo que o 4330 é o projeto da escravidão, dizendo quem são os deputados a favor do desmonte da CLT, sensibiliza, principalmente, quem quer se reeleger nas próximas eleições”, escreveu Freitas.

Faltavam poucos minutos para as 18h quando deu-se início à sessão para discussão e votação dos destaques apresentado ao PL 4330. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) apresentou um requerimento pedindo a retirada do projeto da pauta e ampliação do prazo para debates, antes da votação.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

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