Prisão política de Lula ataca democracia em toda América Latina

Alerta foi feito pela coordenadora da Aliança Bolivariana das Américas, Paola Estrada, na roda de conversa na Vigília Lula Livre

Joka Madruga/Agência PT

Paola Estrada, coordenadora da Aliança Bolivariana das Américas, em roda de conversa na Vigília Lula Livre

A prisão ilegal de Lula faz parte de um contexto de ataque à democracia em toda a América Latina e a luta pela sua libertação une todo o continente latino americano. A avaliação é de Paola Estrada, coordenadora da Aliança Bolivariana das Américas (Alba), que puxou uma roda de conversa com os militantes da Vigília Lula Livre na tarde dessa terça-feira (21).

“A prisão de Lula é uma ação política das mesmas classes poderosas que deram o golpe no Brasil em 2016”, afirmou Paula, que coordena também a Secretaria Internacional Operativa de Movimentos Sociais da América Latina. Segundo ela, o ataque dos poderosos a Lula se espalha para outros governantes progressistas do continente.

A desestabilização política de países com governos de centro-esquerda começou após a crise econômica mundial de 2008,  ameaçando países como Venezuela e Paraguai. “O golpe no Brasil, ainda em andamento depois de se iniciar com o impeachment de Dilma Rousseff, seguiu com a pressão política aumentando até a prisão de Lula, condenado injustamente por articulação das classes poderosas”, analisa Paola.

O golpe contra a democracia no Brasil está inserido na crise do capitalismo, que faz de tudo para ter acesso a nossas riquezas, apontou Paola. “Tanto que a primeira medida do governo golpista foi congelar por 20 anos despesas como saúde e educação, abrindo espaço para grupos estrangeiros venderem para o povo o que deveria ser direito de todos: saúde, educação, água, energia”, disse.

A luta pela libertação de Lula deve se internacionalizar para derrubar o golpe no Brasil, sugere Paola. Um exemplo do que pode ser feito, segundo ela, é o protesto realizado no dia 13 de setembro em 13 embaixadas brasileiras da América Latina. “Entregamos cartas aos embaixadores brasileiros, defendendo a volta da democracia”, afirma.

A Alba foi criada em 2004 por Fidel Castro e Hugo Chaves, para definir projetos de integração regional. “Os movimentos populares perceberam que esse não poderia ser um projeto apenas de governos. Então começamos a articulação entre os movimentos sociais do continente e hoje reunimos 400 grupos de 23 países”, finalizou Paola Estrada.

Por Luis Lomba, de Curitiba para a Agência PT de Notícias

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