PT quer se aproximar da base social e vai combater o ‘golpe’, afirma Rui Falcão

“Quem quebrou o Brasil três vezes não deveria pedir para a presidente renunciar”, disse o presidente do PT sobre recente declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à agência ‘Reuters’

O PT voltará às ruas para conectar-se com sua base. É o que afirmou o presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, em entrevista à agência internacional “Reuters”, publicada nesta segunda-feira (17). Para o dirigente, este é o momento da legenda se aproximar das bases sociais e fazer voltar às origens, retomar o diálogo com “olho no olho”.

Falcão explicou que nas manifestações do próximo dia 20, o PT não pretende competir com o protesto de domingo. “Para nós, o foco principal é a defesa da democracia contra o golpe”, afirmou.

O presidente do PT avaliou que as manifestações do dia 16, apesar de terem levado um número menor de pessoas às ruas do que em março, foram mais focadas, a favor do o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentro dessa organização, na avaliação dele, políticos da oposição aproveitaram o momento para aparecer.

Além disso, Rui Falcão classificou de “manifestação raivosa” a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendendo que uma saída “honrosa” para Dilma seria a renúncia.

“E teve essa manifestação raivosa agora do Fernando Henrique. Quem quebrou o Brasil três vezes não deveria pedir para a presidente renunciar”, afirmou, defendendo que essa ofensiva da oposição veio diante do refluxo da tese do impeachment de Dilma na semana passada.

Dia 20 – Na próxima quinta-feira (20), diversas entidades representantes de movimentos sociais e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras organizações, marcaram manifestações em algumas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, para defender o governo Dilma. Entre outras reivindicações, vão se posicionar contra a atual política econômica, mas o PT não.

“Nós apoiamos o dia 20 e não subscrevemos o manifesto de convocação, que quase que prioriza o fora (o ministro da Fazenda, Joaquim) Levy”, afirmou Falcão, acrescentando que não acredita que, ao participar dessas manifestações, possa haver mensagens cruzadas ao PT.

“O PT estará lá com carro de som, com bandeiras defendendo a democracia contra o golpe”, afirmou ele.

“Vamos no dia 20 com essa expectativa de defender os direitos dos trabalhadores, defender a democracia contra o golpe e nos solidarizar com aqueles que querem algumas mudanças na atual política econômica”, ressaltou.

O petista disse, ainda, que o Partido não apoia integralmente a Agenda Brasil, proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em troca de uma certa blindagem ao governo no Congresso Nacional diante da chamada pauta-bomba proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Falcão, cobrar por consultas do SUS é uma delas.

O presidente do PT reconhece que há insatisfação e críticas da população ao governo e disse que o partido errou ao aceitar financiamento empresarial. “Nós não tínhamos o direito de ficar parecido com os outros partidos nesta questão”, enfatizou.

Sobre o governo, ele afirmou que não houve corrupção. “Dilma e o governo não estão envolvidos com corrupção”, finalizou.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência “Reuters”

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