Relatório registra 420 vítimas fatais de discriminação contra LGBTs em 2018

Estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB) documenta mortes violentas e suicídios e apresenta medidas de combate à violência

Ye Aung Thu / AFP

Políticas públicas que proporcionem igualdade cidadã à comunidade LGBT, são algumas das propostas do relatório

O Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgou hoje o relatório Mortes Violentas da População LGBT no Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2018, em que foram registradas 420 mortes – por homicídio ou suicídio decorrente da discriminação – de integrantes da população homoafetiva e transexual.

O relatório mostra que, desde 2001, houve aumento significativo no número de mortes de LGBTs causadas pela discriminação. Naquele ano, registraram-se 130 óbitos. Em 2008, foram 187. Já em 2017, atingiu-se o número recorde de 445 mortes.

Entre os segmentos da comunidade LGBT, os homens gays foram os mais atingidos, são 39% das vítimas. Transexuais foram a segunda comunidade mais afetada, respondendo por 36% das estatísticas. Logo depois vêm as mulheres lésbicas (12%) e bissexuais (2%).

Do total de vítimas, 213 eram brancas (58,4%), 107 pardas (29,3%) e 45 pretas (12,3%). O principal instrumento utilizado nesses crimes foi a arma de fogo. As regiões mais violentas para a população LGBT são o Norte e Centro-Oeste, que exibem taxas acima de 2,8 mortes por milhão de habitantes. De todos os estados, Alagoas se destaca como o pior nesse sentido, com uma média de 6 mortes por cada milhão de habitantes.

O relatório apresenta também histórias de algumas das centenas de vítimas da homotransfobia no país. Entre estas histórias, a da transexual Fernanda, apedrejada e morta a facadas em uma via pública de Rio Brilhante (MS) e a de José Ribamar Ribeiro, queimado vivo na cidade amazonense de Cachoeira Grande. O texto também destaca o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), cujo carro foi alvejado por múltiplos tiros na noite do dia 14 de março de 2018.

Medidas propostas

Ao final das vinte e duas páginas do estudo, algumas ações de governo são propostas para reverter o quadro atual de violência e discriminação contra homossexuais, bissexuais e transexuais no Brasil. Confira:

  • Educação sexual e de gênero para ensinar jovens e população em geral o respeito aos direitos humanos e cidadania dos LGBT
  • Aprovação de leis afirmativas que garantam a cidadania plena da população LGBT, equiparando a homofobia e transfobia ao crime de racismo
  • Políticas públicas na área da saúde, direitos humanos, educação, que proporcionem igualdade cidadã à comunidade LGBT
  • Exigir que a Polícia e Justiça investigue e puna com toda severidade os crimes homo/transfóbicos

Por Brasil de Fato

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