Renda dos mais pobres é a que mais cresce no Brasil

Para o ministro Marcelo Neri, isso é resultado de uma combinação equilibrada entre crescimento econômico e queda na desigualdade de renda.

Ricardo Borges/FolhaPress
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Neri: a renda dos 10% mais pobres avançou 106%, quatro vezes mais que os 27% do PIB per capta

A renda dos 10% mais pobres no Brasil avançou 106% entre 2003 e 2012. Esse percentual é o dobro do aumento da renda média (51%) e quatro vezes mais que os 27% do PIB per capita real, resultado da soma de tudo que é produzido no País por habitante, descontada a inflação.

Para o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, esses dados da última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) são o resultado de uma combinação equilibrada entre crescimento econômico e queda na desigualdade de renda.

“Dizer que todo este movimento de queda da pobreza e da desigualdade é fruto de assistencialismo e não tem padrões estruturais é entrar em conflito com os dados”, diz Neri.

Segundo ele, existem pouquíssimas experiências no mundo, nos últimos 60 anos, de queda contínua de desigualdade durante 12 anos. Ele defende que esse “caminho do meio” se baseia em transformações estruturais.

No mercado de trabalho, o maior símbolo deste período é a carteira de trabalho assinada. O salário foi responsável por cerca de três quartos do ganho de renda entre 2002 e 2012. Para ele, a sustentabilidade das transformações se reflete nos ganhos de qualidade em educação, em particular do ensino técnico, que, entre 2003 e 2014, dobrou sua cobertura entre jovens de 15 a 29 anos, passando de 2% para mais de 4%.

Casa própria – E os mais pobres estão começando a formar patrimônio. “Isso significa que uma maior parcela da população de baixa renda tem tido mais acesso à compra de imóveis e outros bens duráveis”. A valorização do capital residencial dos mais pobres nos últimos dez anos vem se acelerando desde 2009, o que em parte pode ser explicado pela expansão do Minha Casa, Minha Vida.

O crescimento também é mais forte entre os grupos tradicionalmente excluídos. Entre 2003 e 2012, o crescimento médio do valor das residências foi de 39%. No mesmo período, a expansão no capital residencial dos empregados domésticos, por exemplo, foi de 53%.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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