Rússia negocia com Brasil concessão da NorteSul

Estatal russa RDZ está em entendimentos técnicos com ANTT para viabilizar participação no leilão de concessão, ainda sem data agendada

A estatal RZD (Russian Railways), uma das três maiores empresas de transporte ferroviário do planeta, tem interesse em atuar no Brasil. O foco da empresa é a Ferrovia Norte-Sul, cuja ampliação integra a segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL 2).

O PIL 2 foi lançado pela presidenta Dilma Rousseff em 10 de junho e seus primeiros editais de licitação (para portos) serão lançados no próximo dia 26. Os leilões do setor ferroviário só devem entrar na pauta do programa no próximo ano (2016).

Reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” publicada nesta sexta-feira (16) relata que a empresa solicitou informações técnicas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) antes de enviar ao Brasil, ainda este ano, um grupo técnico para conversar com as autoridades do setor.

No momento, conforme informações da ANTT disponíveis no seu portal na internet, o projeto da ferrovia está em fase final de complementação de estudos técnicos pelas empresas que se interessam a participar do processo de manifestação de Interesse (PMI).

Isso envolve o desenvolvimento das minutas de contrato, edital e modelagem econômico-financeira, realização de audiências públicas, reenvio ao Tribunal de Contas da União (TCU) da documentação relativa à outorga da licença de concessão e lançamento do edital.

O projeto federal prevê a oferta em leilão do trecho de 855 quilômetros (km) já concluído, de Palmas (Tocantins) a Anápolis (Goiás) e a contrapartida, pelo vencedor da concorrência, do trecho final. São mais 477 km entre Açailândia (no Maranhão) ao porto de Barcarena (Pará). O acesso ao Oceano Atlântico vai tornar Europa, Estados Unidos e parte da África bem mais próximos e dar mais atratividade ao projeto, com investimentos estimados em R$ 7,8 bilhões.

Segundo o “Estadão”, a RZD já teria inclusive aventado a possibilidade de financiar sua participação com recursos do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), fundado pelo grupo econômico Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e Rússia). O banco está em fase de instalação em Xangai (China). As operações do NBD estão previstas para se iniciarem em 2016.

“Há, de fato, um protocolo de entendimentos em andamento com os russos. A estatal RZD tem demonstrado interesse nos projetos brasileiros de ferrovias”, informou Jorge Bastos, presidente da agência, ao jornal. O projeto chegou a ser incluído na primeira etapa do PIL, em 2012, mas não decolou.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

PT Cast