“Se querem me acusar, mostrem uma prova”, diz Lula em Fortaleza

Ex-presidente fez comício na cidade em apoio à candidatura de Luizianne Lins. Sobre as acusações sem provas contra ele, afirmou: “Eu quero respeito”

Ricardo Stuckert

Lula, Luizianne, Elmano de Freitas em Fortaleza (CE)

Não cabia mais ninguém na Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza (CE). Mais de 40 mil pessoas tomaram o local na quarta-feira (21) para ouvir Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente levou apoio à campanha de Luizianne Lins à prefeitura da capital cearense e falou sobre a perseguição judicial da qual vem sendo vítima nos últimos anos.

No mesmo dia, Lula havia feito comícios em Juazeiro, Barbalha, Crato e Iguatu, todos no interior do estado. Em Fortaleza, o líder petista foi acompanhado pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão; pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE); pelo senador José Pimentel (PT-CE); pelo presidente nacional da CUT, Vagner Freitas; além de Luizianne e seu candidato a vice, Elmano de Freitas.

“Toda vez que eu falei hoje tinha gente chorando, preocupada com a minha saúde. Eu só tenho a dizer que me sinto como um menino de 18 anos”, disse Lula, fortemente ovacionado pelo público.

whatsapp-image-2016-09-21-at-11-06-33-pmO ex-presidente defendeu a campanha de Luizianne à prefeitura de Fortaleza.

“Vocês podem analisar quem foi prefeito de Fortaleza nos últimos 20 anos, e vão perceber que ninguém se compara com Luizianne”. A candidata petista comandou a cidade entre 2005 e 2012.

“Vocês têm 11 dias pela frente para ir de casa em casa, visitar escolas e igrejas, nos ônibus, para conversar com as pessoas. Nós temos que dizer que, se a pessoa gosta e quer o melhor para Fortaleza, só existe uma candidata: a nossa querida Lôra”.

(foto: Paulo Winz)

(foto: Paulo Winz)

 

Lula também se referiu a um dos adversários de Luizianne, Capitão Wagner (PP), que baseia quase toda sua campanha no tema da segurança pública.

“Essa gente que cassou a Dilma está aqui pedindo voto outra vez, da forma mais disfarçada possível. Arrumaram até um militar para dizer ‘eu vou cuidar da segurança’. Como alguém pode prometer cuidar de uma coisa que não é de responsabilidade da prefeitura? Um prefeito não pode prometer o que está na alçada dele”, criticou.

“Eu quero respeito”

“O que eles fizeram não foi cassar a Dilma. Foi rasgar o título de eleitor de vocês e cassar o voto do povo cearense”, criticou Lula sobre o golpe comandado pelo presidente usurpador Michel Temer.

Ele lembrou, ainda, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que Dilma Rousseff só foi eleita “porque os ignorantes” teriam votado nela. “É assim que eles veem o povo pobre e da periferia”.

Sobre a perseguição judicial sofrida nos últimos anos, Lula afirmou que quer ser tratado sem privilégios, mas com justiça.

“Eu não estou acima da lei. Eu quero ser tratado como é tratado o mais humilde dos brasileiros. Eu não quero ter privilégio. Eu quero simplesmente respeito”.

A crítica se referia à apresentação midiática de promotores do Ministério Público Federal (MPF) na última quarta (14) contra Lula. Em nenhum momento os promotores apresentaram provas das acusações feitas, o que gerou muitas críticas do meio jurídico.

“Eu jamais envergonharia vocês roubando R$ 1 deste País. Não admito e nem aceito a ideia de que um grupo de jovens procuradores, que investigaram minha vida durante dois anos, cheguem na quarta passada e digam: nós não temos provas, mas temos convicção. Se querem me acusar, mostrem uma prova”.

Por fim, Lula afirmou que, “se provarem um desvio de R$ 10”, ele pedirá desculpas ao povo brasileiro. “Mas se não provarem, quero que eles tenham a grandeza de pedir desculpas para mim e para a minha família”.

“Se o problema deles é com 2018, eu que estou quietinho no meu lugar, se preparem, porque eles sabem que sou eu quem mais sabe cuidar do povo deste País”.

Veja na íntegra os discursos de Luizianne Lins e Lula:

Comício da Fortaleza de Toda Gente com Lula e Luizianne #VoltaLôra

Publicado por Luizianne Lins em Quarta, 21 de setembro de 2016

Por Bruno Hoffmann, de Fortaleza, para a Agência PT

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